O relato que Luciano faz das imposturas de Alexandre, que usava uma cobra amestrada e uma marionete para se fazer passar por um oráculo de Esculápio, o deus da medicina, é saboroso -- ainda mais porque inclui as armadilhas criadas pelo satirista para flagrar respostas falsas do oráculo, e a descrição de como um homem que provou que Alexandre havia errado numa previsão quase foi linchado -- e pode ser lido (em inglês) aqui.
(Curiosidade: os principais inimigos de Alexandre eram os "ateus, os epicuristas e os cristãos").
É interessante como muitos dos truques usados pelo falso profeta para impressionar a população, incluindo capacidade de ler mensagens lacradas e a apresentação de profecias feitas após o fato como sendo anteriores ao evento "previsto", ainda são usados (e funcionam) hoje em dia.
Atual, também, é o diagnóstico dado por Luciano: "A vida humana está à mercê de duas grandes tiranias, medo e esperança, e qualquer um que possa explorá-las ambas ficaria rico rapidamente".