O Nobel foi concedido pela caracterização e descrição do grafeno, um cristal bidimensional formado por átomos de carbono ligados em padrão hexagonal -- basicamente, uma "tela de arame" de um átomo de espessura. O grafeno pode ser visto como a forma básica que dá origem a algumas estruturas interessantes de carbono, como nanotubos, "buckyballs" e grafite. Isso é ilustrado no desenho abaixo, cortesia do comitê Nobel:
O grafeno também tem algumas propriedades promissoras em termos de aplicação tecnológica: é transparente mas conduz eletricidade -- duas coisas que não costumam andar juntas -- e é mais forte que uma película de aço da mesma espessura. Um metro quadrado de grafeno (com apenas um átomo de espessura, lembre-se) seria capaz de suportar cerca de 4 kg. O comitê Nobel encontrou um jeito simpático de ilustrar o fato:
Note que a rede seria praticamente invisível -- um prato cheio para mágicos de palco e para a especulação de escritores de ficção científica. A entrada do grafeno no dia-a-dia das pessoas ainda está um pouco distante, mas seu potencial, em termos do número de possíveis aplicações, já foi comparado ao dos plásticos.
Ao ser ouvido, em teleconferência, durante o anúncio do Nobel, Geim disse que havia apreciado receber o IgNobel, porque o senso de humor é importante na ciência. Também declarou que considera o Nobel um tanto quanto perigoso, porque alguns cientistas abandonam as pesquisas depois de recebê-lo. Mas disse que não se encaixa nessa categoria.