Para pensar no fim de semana

Esta semana foi especialmente agitada em termos de noticiário científico -- da célula sintética ao lançamento da sonda japonesa para Vênus, entre outras coisas. Em meio a isso tudo, a notícia de que o robô Opportunity, da Nasa, tornou-se o artefato humano há mais tempo em atividade em Marte passou meio batido. Mais do que para a notícia, no entanto, é para esta imagem que eu gostaria de chamar atenção:

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Por Redação
Atualização:
 Foto: Estadão

Além de ser uma bela foto em si -- as marcas das rodas do Opportunity fazendo uma curva rumo ao horizonte, em meio às dunas prateadas (na verdade são avermelhadas, mas o p&b neste caso ajuda na estética) -- é meio chocante pensar no que ela representa: o rastro de um objeto criado por seres humanos. Na superfície. De Marte.

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A distância entre Marte e a Terra varia de 50 milhões a mais de 200 milhões de quilômetros, dependendo da posição relativa dos plantas em suas órbitas.

Eu uma vez consegui me perder procurando um endereço entre a Sé e o Anhangabaú, mas cientistas, usando um punhado de equações, conseguem acertar um alvo móvel no volume do Sistema Solar. Enquanto outros cientistas, usando dados em um computador e um kit de química recriam, pela primeira vez, uma forma de vida.

É estranho pertencer a uma espécie que consegue ter olhos em outros mundos, que começa a desvendar a mecânica mais íntima da biologia,  e que ao mesmo tempo faz o monte de bobagens a respeito do que você lê todo dia nas demais páginas do estadao.com.br

A imagem do rastro do Opportunity é um signo tão eloquente do potencial humano quanto são as fotos do vazamento de petróleo no Golfo do México. Ambas nos lembram de que há mais coisas no Universo, além de nossos umbigos. Uma mostra o que podemos fazer quando nos deixamos estimular por esse fato; a outra, o que ocorre quando nos esquecemos dele.

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