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Robô que come e precisa ir ao banheiro

O Laboratório de Robótica de Bristol, na Inglaterra, publicou em seu website um vídeo que comprime 24 horas na "vida" do Ecobot III (ou BREADbot), uma máquina sobre trilhos que se alimenta de matéria orgânica: o robô suga um caldo nutritivo que sustenta as bactérias abrigadas em seu interior. Essas bactérias, por sua vez, produzem o hidrogênio que  vai ser assimilado nas células de combustível que movem o robô. O caldo não utilizado é excretado. O robô também bebe água, para repor eventuais perdas de líquido no processo.

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Por Redação
Atualização:

Dá para assistir ao Ecobot III realizando suas funções vitais aqui.

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Ecos de Matrix, alguém poderia dizer, mas repare que, ao contrário do filme -- onde os humanos que geravam eletricidade para as máquinas eram alimentados com os restos de outros seres humanos geradores de eletricidade, numa violação da lei da conservação da energia -- o Ecobot III precisa receber nutrientes de uma fonte externa. O mundo real é mais cruel que a ficção.

Há várias possibilidades conceituais aqui, por exemplo a de encarar o sistema robô-bactéria como uma espécie de simbionte micróbio-máquina, onde as bactérias geram a energia necessária para que a máquina as leve ao alimento de que precisam.Ou tratar a coisa toda como um cyborg (Cybernetic Organism, "organismo cibernético").

Ou ainda, numa versão mais pé no chão, como uma prova de conceito de que é possível construir máquinas movidas a um tipo de combustível cada vez mais abundante -- esgoto.

Mas confesso que o vídeo me fez lembrar de um conto de ficção científica de Rudy Rucker, no qual um grupo de seres humanos avançadíssimos do futuro -- tão avançados que em precisam mais comer, fazem fotossíntese -- resolve fazer uma refeição, para ver o que era, afinal, aquela forma bárbara de alimentação de seus ancestrais pré-históricos.

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Depois de encontrar um velho livro de receitas, preparar um banquete e deliciarem-se com os novos prazeres descobertos, os humanos do futuro ficam se perguntando que razão teria levado seus antepassados a trocar aquela maravilha sensorial por algo tão sem graça quanto viver de luz.

A resposta chega algumas horas mais tarde, depois de todos se queixarem de uma sensação estranha no abdome.

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