O que há de fantástico nisso? O fato de que, com os dados disponíveis e com o que se sabe a respeito de Titã, é plausível que seres vivos -- análogos, talvez, a bactérias -- sejam os responsáveis. Em linhas gerais, essa vida hipotética pode estar respirando hidrogênio e comendo acetileno. Essas supostas criaturas seriam diferentes da vida como a conhecemos, já que usariam metano (e não água) como solvente.
Com praticamente o dobro do tamanho da nossa Lua, Titã tem uma atmosfera densa de metano e nitrogênio, e grandes lagos de hidrocarbonetos em sua superfície -- se não me engano, trata-se do único outro corpo do Sistema Solar, além da Terra, a manter algum tipo de substância estabilizada em estado líquido acima do solo. Essas características fazem de Titã um velho favorito na busca por vida, tanto entre cientistas quanto ficcionistas.
No entanto, interessantes e sugestivas como são, as descobertas da falta de hidrogênio e de acetileno não demonstram a presença de vida. Outros fenômenos podem estar em jogo. Agora cabe aos cientistas determinar quais novas observações permitirão distinguir entre as causas possíveis para o desaparecimento dessas substâncias e, quando tais observações forem feitas, ver se elas reforçam ou enfraquecem a hipótese de atividade biológica.
Até lá, aguardaremos ansiosos, na expectativa. Ou, pelo menos, eu aguardarei...