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Adição de droga potencializa tratamento contra hepatite C

Medicamento "a mais" na terapia padrão aumenta significativamente a taxa de cura - mesmo em pacientes resistentes a tratamentos.

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Por root
Atualização:

Uma nova droga antiviral pode melhorar o tratamento da hepatite C, uma doença viral que afeta o fígado de cerca de 170 milhões de pessoas no mundo e que ainda é dificilmente curada. De acordo com pesquisadores da Universidade de Indiana, nos EUA, adicionar este novo medicamento ao regime de terapia padrão aumenta significativamente a taxa de cura mesmo em pacientes mais difíceis de serem tratados.

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Em artigo publicado no The Lancet, os pesquisadores mostram que a adição da droga quase duplica a eficácia do tratamento ao ser administrado durante 48 semanas. A equipe testou os efeitos da combinação em pacientes com genótipo 1 de hepatite C, a mais difícil de ser curada, observando que a medicação boceprevir aumenta as chances de cura para mais de 75%.

As conclusões são resultado de um estudo de dois anos da fase 2 de pesquisas conduzido em 67 locais com mais de 500 pacientes nos EUA, Canadá e Europa. A equipe testou diferentes combinações e durações de tratamento para avaliar a melhor forma de administrar o medicamento. "O tratamento de 48 semanas com quatro semanas de peg interferon e 44 semanas de peg interferon, ribavirin e boceprevir levou a uma melhoria em relação ao grupo de controle", diz Paul Kwo, professor associado de medicina em Indiana. "Isso é muito impressionante".

O boceprevir, produto da Merck&Co. é um inibidor de protease HCV - um composto feito para bloquar uma função-chave da reprodução viral na célula. A droga age diretamente em alvos da hepatite C, ao passo que os demais remédios são menos específicos (atuando de uma forma geral, estimulando o próprio organismo a combater o vírus).

"Com base neste estudo de fase 2, parece que se esta droga receber a aprovação final, aproximadamente dois terços dos pacientes estarão aptos de serem tratados de forma bem sucedida com tratamentos de 28 semanas e um terço vai precisar de tratamento de 48 semanas, embora isso precise ser confirmado nas triagens da fase 3, a partir das quais os resultados preliminares foram recentemente liberados", explica Kwo.

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