Um estudo conduzido pelo Institut National de la santé et de la recherce médicale (Inserm), na França, mostra que algumas "alergias a medicamentos" são, na verdade reações do sistema imunológico a vírus adormecidos no organismo, como o Epstein Barr, da família do herpes. O uso de remédios poderia fazer com que os vírus começassem a se multiplicar novamente, provocando a resposta do corpo. Consequência: erupções cutâneas e distúrbios viscerais.
A equipe acompanhou 40 pacientes com sintomas de reação a medicamentos, submetidos a diferentes drogas - a maioria antibióticos e anticonvulsivantes. Os pesquisadores então analisaram a replicação viral, observando que em 76% dos indivíduos houve aumento do número de vírus Epstein Barr no sangue.
As análises em nível celular (linfócitos CD8+) mostram que a maioria das respostas imunes desses pacientes é dirigida contra as partículas virais. O organismo não reage contra o medicamento, como anteriormente se supunha, mas luta contra a invasão e reativação viral induzida pelo remédio.
Entretanto, o estudo não foi capaz de identificar como alguns medicamentos podem desencadear a ativação de vírus até então dormentes. Novas pesquisas devem detalhar os mecanismos subjacentes.
O Epstein Barr (EBV) é um vírus que deve ter infectado já 80% dos adultos em todo o mundo, mas em grande parte de forma assintomática. O vírus ataca linfócitos B, podendo levar à mononucleose infecciosa. Alguns estudos associam a presença do mesmo no organismo com doenças como a esclerose múltipla, linfoma de Burkitt, carcinoma nasofarígeo.
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