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Astrônomos captam nova imagem em 3D da Cassiopeia A

Nova tecnologia utilizada é simples, mas poderosa, permitindo a um grupo de astrônomos observar explosão estelar de vários ângulos.

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Por taniager
Atualização:

A nova tecnologia utilizada é simples, mas poderosa. Permitiu a um grupo de astrônomos da Universidade de Harvard, EUA, observar uma explosão estelar, ou supernova, de vários ângulos. Esta é a primeira vez que um fenômeno ocorrido no espaço pôde ser visto de uma perspectiva extraterrestre.

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Os telescópios captam as imagens de apenas uma das várias faces que um fenômeno pode apresentar, isto é, a única possível quando observada a partir do nosso sistema solar.Mas agora, um mesmo fenômeno pode ser visto a partir de diferentes lugares.

Os astrônomos conseguiram observar recentemente os rastros deixados pela Cassiopeia A, uma supernova existente na constelação de Cassiopeia. Ela foi formada a cerca de onze mil anos-luz da Terra, na Via Láctea, e sua luz passou sobre o nosso planeta há 330 anos. Mas a luz continuou sua trajetória por um caminho mais longo e, refletida pelas nuvens de poeira interestelar como em um espelho, pode ser vista agora por nós.

O fundamento da nova técnica está no conceito de eco, levando em consideração a luz no lugar do som.Como o eco (ondas de som que chegam aos nossos ouvidos, refletidas pelas paredes em uma caverna) a luz é refletida para a Terra pela poeira interestelar - como ecos de luz vindos de diferentes direções, conforme a localização das nuvens de poeira. 

As nuvens de poeira interestelar agem como espelhos de 360º. Assim, é possível obter as imagens dos diferentes lados da supernova. Isto porque o tempo que uma onda de luz leva para ir e voltar depende da localização que ela atinge na poeira.As ondas de luz refletidas dos diferentes pontos chegam até nós como imagens das diversas faces da supernova - facilita a composição da imagem em 3-D -, centenas de anos após ela ter desaparecido.

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Ao estudar os ecos de luz da supernova, a equipe descobriu que a explosão não aparentava a expansão em forma de escudo redondo, como acontece em fogos de artifício.Os astrônomos constataram que havia sinais de gás da explosão estelar em direção a um ponto determinado deslocando-se a uma velocidade quase 4 mil quilômetros por segundo maior que outros sinais que se dirigiam a outros pontos.

O achado da equipe confirma um estudo anterior. Por exemplo: a estrela de nêutron criada quando o núcleo da estrela entrou em colapso está aumentando sua velocidade através do espaço para quase 1,3 milhões de quilômetros por hora em direção oposta a um único eco de luz. A explosão pode ter empurrado o gás para um lado e a estrela de nêutrons para o outro (a consequência da terceira lei de Newton do movimento, que afirma que cada ação tem uma reação igual e oposta).

Ao combinar as medições do novo eco de luz e do movimento da estrela de nêutrons com os dados de raio-x dos resíduos da supernova, os astrônomos montaram  a imagem em 3-D que lhes rendeu uma nova noção da supernova CassiopeiaA. Ela se localiza a 16 mil anos luz da Terra e contém matéria a temperaturas de cerca de 32 milhões de graus Celsius, que a faz brilhar no raio-X.  

O telescópio de 4 metros Mayall no Observatório Nacional Kitt Peak foi usado para localizar os ecos de luz. A sequência espectral foi obtida com o telescópio Keck I de 10 metros.

Veja também: - Cientistas identificam nova espécie de supernova "monstruosa"- Evento catastrófico confirmaria suposições sobre nascimento estelar - Telescópio revela sinais pré-históricos em nosso quintal intergaláctico

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