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Cérebro simula experiência sensorial para interpretar metáforas

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Por Redação
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A interpretação do que uma pessoa diz pode depender muito mais do que a mera associação de palavras. Um estudo liderado pela Universidade Emory, nos EUA, mostra que metáforas que remetem a texturas ativam uma região do cérebro - o córtex somatossensorial - envolvida com a experiência sensorial, capaz de receber as informações relativas ao tato, dor e temperatura do corpo. Em outras palavras, se um amigo diz que a mãe dele é fogo, é muito provável que você sinta na pele parte do desconforto que ele está sentido. Mas se ele disser que a vida dele está ruim, provavelmente a frase não causará um efeito tão forte assim.

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Os cientistas mapearam o fluxo sanguíneo de cérebro de voluntários que escutaram frases contendo metáforas relacionadas ao tato, observando que a atividade cerebral é maior quando uma pessoa interpreta figuras de linguagem - principalmente em áreas associadas ao tato. 'Curiosamente, regiões corticais visuais não foram ativadas por metáforas texturais', diz Simon Lacey, co-autor do artigo publicado no periódico científico especializado Brain & Language.

Diversas pesquisas têm demonstrado que a interpretação de metáforas é um trabalho de todo o cérebro. A pesquisa em questão sugere que os processos complexos envolvendo símbolos não dependem apenas de partes do cérebro que evoluíram ao longo de milhares de anos. Ela mostra que a nossa mente procura simular a experiência descrita por outra pessoa com o objetivo de entendê-la, enfatizando a necessidade que um indivíduo tem de passar por uma situação semelhante ao que ela descreve - na infância, por exemplo - para compreender efetivamente o outro. A equipe planeja agora investigar se o mesmo ocorre quando metáforas são associadas a outros sentidos, como a visão, e se a estimulação magnética de certas regiões do cérebro associadas com a experiência sensorial podem realmente interferir na interpretação.

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