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Cientistas encontram o mais profundo vulcão submarino observado até hoje

Pesquisadores usam veículo de mergulho controlado remotamente para achar erupções de água tão quente que pode derreter chumbo.

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Por root
Atualização:

Uma expedição britânica descobriu os mais profundos vulcões submarinos vistos até hoje no mundo. Os chamados "black smokers" estão a 5 quilômetros de profundidade no Caribe, na Fossa de Cayman. Os pesquisadores usaram um veículo de mergulho controlado remotamente a partir do navio James Cook para encontrar agulhas delgadas, de cobre e minério de ferro, no fundo do mar e erupções de água suficientemente quentes para derreter chumbo.

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Os vulcões submarinos são nascentes de águas muito quentes que irrompem do fundo do oceano. Foram observadas pela primeira vez há três décadas no Pacífico. A maioria é encontrada entre um e dois quilômetros de profundidade.

A fascinação dos cientistas por esses "respiradouros das profundezas" deve-se ao fato de que a água fervente que deles brota alimenta colônias de incríveis criaturas do fundo do mar (onde a luz solar é escassa). Este fenômeno está obrigando cientistas a reescreverem as regras da biologia, já que estudar as formas de vida que se desenvolvem em tais paraísos improváveis fornece insights sobre padrões de vida marinha em todo o planeta, a vida fora da Terra e até mesmo como tudo começou por aqui.

Para o estudo da Fossa Cayman, os pesquisadores Doug Connelly, Jon Copley, Bramley Murton, Stansfield Kate e Paul Tyler usam o robô Autosub6000, desenvolvido por engenheiros do Centro Nacional de Oceanografia em Southampton. Então, a equipe lançou mais um veículo de alto mar chamado HyBIS.

"Ver as mais profundas aberturas do mundo submarino surgindo da escuridão foi algo inspirador", diz Copley, biólogo marinho da Universidade de Southampton. "A água superaquecida foi jorrada por uma altura de dois andares, mais de três quilômetros abaixo das ondas".

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A Fossa Cayman é a mais profunda fenda vulcânica que atravessa o fundo do mar do Caribe. A pressão de três quilômetros de profundidade no fundo do vale - 500 vezes a pressão atmosférica normal - é equivalente ao peso de um carro grande empurrando cada centímentro quadrado das criaturas que vivem por lá.

A equipe pretende comparar a vida marinha do abismo com outras aberturas do fundo do mar, para melhor compreender a teia da vida marinha no oceano profundo. Os pesquisadores também desejam estudar a química da água quente que jorra das aberturas e da geologia dos vulcões submarinos onde as aberturas são encontradas, algo fundamental para entender os processos geológicos e geoquímicos que moldam nosso planeta.

É possível acompanhar a aventura dos pesquisadores pelo site James Cook Voyage 44.

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