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Modelo em 3D mostra como o esperma se liga ao ovo na fertilização

Pesquisadores do Instituto Karolinska descreveram a estrutura 3D de um receptor do ovo que se liga ao esperma no início da fertilização.

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Por taniager
Atualização:

Pesquisadores da universidade médica sueca do Instituto Karolinska foram capazes de descrever a estrutura 3D de um receptor do ovo que se liga ao esperma no início da fertilização. Os resultados, publicados ontem na revista Cell, conduzirão à melhor compreensão da infertilidade e podem tornar completamente possíveis novos tipos de contraceptivos.

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Durante séculos, as pessoas têm imaginado como se dá o encontro de gametas - ovo e esperma - que origina um novo indivíduo. No início da concepção, o esperma se liga às proteínas do revestimento extracelular do ovo, chamado de zona pelúcida (ZP). Mas, os detalhes moleculares deste evento biológico fundamental permaneceram obscuros até agora.

A equipe de pesquisa de Luca Jovine do Instituto Karolinska conseguiu determinar a estrutura tridimensional da molécula do receptor que se liga ao esperma, chamada ZP3. As informações estruturais detalhadas, com base nos dados recolhidos no Sincrotron europeu (ESRF), tornou possível a exploração ao nível molecular de como o ovo interage com o esperma na fertilização.

O estudo sugere quais partes do receptor serão susceptíveis de receber o contato direto do esperma e fornece novos insights sobre como o receptor de esperma é estruturado e secretado no ovo. As conclusões têm importantes implicações para a medicina reprodutiva humana, uma vez que podem explicar como as mutações no gene do receptor de esperma poderiam causar infertilidade. A pesquisa também poderá levar potencialmente à concepção de contraceptivos não hormonais visando especificamente a interação ovo-esperma.

"Os resultados dão uma imagem notável do lado feminino da fecundação", diz Luca Jovine, quem conduziu o estudo. "Mas esta é, obviamente, só metade da história. O próximo passo será investigar as moléculas correspondentes no esperma, que lhe permitem ligar-se ao ovo."

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A pesquisa foi realizada em colaboração com o Prof. Tsukasa Matsuda da Universidade de Nagoya, Japão, e o Dr. David Flot da ESRF.

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