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Consumo de álcool antes de evento traumático aumenta flashbacks

Quantidade moderada de bebida faz com que indivíduos tenham menos memória contextual de uma situação muito estressante.

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Por root
Atualização:

Pessoas que bebem uma quantidade moderada de álcool antes de um evento traumático têm mais lembranças do que aquelas que não ingeriram nenhuma bebida, segundo um estudo da University College London, na Inglaterra. Os resultados podem ajudar médicos a entender por que alguns indivíduos desenvolvem o transtorno de estresse pós-traumático após alguma situação extrema. Os flashbacks não são em maior número nas pessoas que beberam demais.

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Os pesquisadores acreditam que os resultados podem ser atribuídos à forma como o álcool afeta dois tipos de memória: uma que é egocêntrica, fornecendo um instante visual de um evento, e outra que armazena uma representação mental do contexto, independente do ponto de vista da pessoa.

Os autores do estudo sugerem que a memória contextual é reduzida nas pessoas cujas experiências foram muito estressantes, e esta redução pode ser maior em pessoas que tomaram duas a três taças de vinho antes do evento. Isso permite que memórias egocêntricas venham à tona, resultando em mais flashbacks. Pessoas que beberam sete vezes mais têm os dois tipos de memória afetados.

Durante o estudo, cerca de 50 participantes consumiram álcool ou uma bebida placebo e praticaram uma tarefa de realidade virtual concebida para examinar a maneira como um acontecimento vivido é armazenado na memória. Então os pesquisadores mostraram um vídeo de acidentes graves de trânsito e gravaram o número deflashbacks que eles tiveram nos sete dias subsequentes.

Embora os experimentos apontem para o fato de que o consumo de grandes quantidades de álcool possa resultar em flashbacks menos involuntários do evento devido a uma redução global na memória, os pesquisadores são cautelosos com as conclusões.

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"Quando as pessoas não têm memória do evento traumático, como pode acontecer ao ingerir uma grande quantidade de álcool antes da situação, elas estão mais propensas a imaginar um cenário pior do caso", explica Valerie Curran, co-autora da pesquisa. "Isso pode ser extremamente estressante e debilitante para os indivíduos envolvidos".

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