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Nanopartículas de hera podem criar protetores solares potentes

Nanopartículas obtidas da "seiva" têm a capacidade de absorver e dispersar luz de forma muito mais potente e duradoura.

Por root
Atualização:

"A descoberta da aplicação de nanopartículas da hera para a proteção solar foi desencadeada por uma necessidade real", explica Mingiun Zhang, responsável pela pesquisa. "Enquanto assistia a uma conferência sobre questões de toxicidade na utilização de nanopartículas de metal para protetores solares, eu fiquei pensando 'por que não tentar naturalmente nanopartículas orgânicas?'".

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O pesquisador especulou que a substância amarelada secretada pela hera para se agarrar a uma superfície poderia conter algumas propriedades interessantes. Examinando o material em um pedaço de silício através de um microscópio atômico, Zhang observou que grupos de nanopartículas (partículas mil vezes mais finas do que o diâmetro de um fio de cabelo humano) poderiam sustentar 2 milhões de vezes o seu próprio peso. Além disso, elas têm a capacidade de absorver e dispersar a luz - processo fundamental nos protetores solares.

"As nanopartículas apresentam propriedades únicas de física e química, devido à relação superfície-volume que lhes permitem absorver e dispersar a luz", explica Zhang. "O dióxido de titânio e óxido de zinco são usados atualmente para a proteção solar pelo mesmo motivo, mas as nanopartículas da hera são mais uniformes que as nanopartículas de metais e têm propriedades do material original, o que poderia contribuir para uma melhor absorção e liberação da luz".

A descoberta pode solucionar uma das questões que preocupam cientistas: nanopartículas usadas em protetores solares podem atuar de forma nociva, de forma que óxidos de metal podem parar em órgãos do corpo como o fígado e cérebro. Nanopartículas da hera, além de serem menos tóxicas, têm a capacidade de penetrar na pele humana. São, também, biodegradáveis.

Outra vantagem é que um protetor solar com base em nanopartículas de hera não precisaria ser reaplicado após o contato com água. A substância encontrada na planta funciona como um adesivo mais potente, que não sai com tanta facilidade quando uma pessoa nada, por exemplo. Mais: nanopartículas de hera poderiam levar ao desenvolvimento de protetores solares praticamente invisíveis. Resultado? Adeus aos caras pálidas na praia.

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