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Equipe planeja missão para ouvir ondas gravitacionais

Cientistas do Jet Propulsion Laboratory, da NASA, querem escutar a discreta melodia formada por ondulações no espaço-tempo.

Por root
Atualização:

O sonho de Albert Einstein pode estar se tornando realidade: uma equipe de cientistas e engenheiros do Jet Propulsion Laboratory, da NASA, está a um passo de "ouvir" ondas gravitacionais - as ondulações no espaço e no tempo previstas no início do século 20. Os pesquisadores testaram um sistema de lasers que iria voar a bordo da missão espacial Lases Interferometer Space Antenna (LISA), cujo objetivo seria detectar sutis sussurros do cosmo.

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Eles demonstraram pela primeira vez que o ruído, ou flutuações aleatórias, em feixes de laser pode ser silenciado o suficiente para ouvir o som indescritível das ondas. "A fim de detectar as ondas gravitacionais, temos de fazer medições extremamente precisas", explica Bill Klipstein, físico da JPL e co-autor do artigo publicado na Physical Review Letters. "Nossos lasers são muito mais ruidosos do que queremos, por isso, temos que remover este ruído com precaução para obter um sinal claro. É um pouco como escutar uma pena cair no meio de uma tempestade".

Um dos principais objetivos do projeto é detectar as ondas gravitacionais diretamente. O interesse começou décadas atrás, quando em 1974 pesquisadores descobriram um par de estrelas mortas orbitando - pulsares - que estavam se aproximando devido a uma perda inexplicável de energia. Mais tarde, foi demonstrado que a energia eram ondas gravitacionais. Era a primeira prova indireta das ondas e, em função da descoberta, o Prêmio Nobel da Física de 1993 foi destinado a quem conseguiu chegar a esta conclusão.

Os pesquisadores desejam não apenas "ouvir"as ondas, mas também aprender mais sobre suas fontes - objetos massivos como buracos negros e estrelas mortas, que cantam ondas como melodias no universo, acelerando através do espaço e do tempo. A missão seria capaz de detectar as ondas gravitacionais de objetos massivos tanto na Via Láctea como em galáxias distantes, dando aos cientistas uma linguagem totalmente nova do universo.

Para tanto, a equipe propõe um triângulo gigante composto por três naves espaciais conectadas por feixes de laser. Estas naves, voando em formação em torno do Sol, devem segurar um cubo feito de platina e ouro que flutuaria livremente no espaço. Como as ondas gravitacionais passam pela sonda, os valores da distância e massa seriam alterados de forma quase imperceptível. Contudo, os equipamentos extremamente sensíveis do LISA seriam capazes de identificar estas alterações nos feixes de laser.

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