Um estudo realizado por pesquisadores de cinco centros de estudo com a colaboração da Universidade do País Basco fornece novas pistas para o entendimento do processo de suicídio celular - mecanismo pelo qual células do corpo são eliminadas caso estejam com defeito. Os resultados do trabalho foram publicados na Cell.
Mais de 100 milhões de células defeituosas são eliminadas de forma controlada, diariamente, pelo organismo. O processo, conhecido como apoptose ou "suicídio celular", é complicado e eventuais desequilíbrios podem levar a doenças graves como o câncer. Muitos componentes celulares envolvidos neste mecanismo foram identificados nas últimas décadas, mas algumas questões ainda permanecem um enigma.
O estudo em questão revela que três componentes essenciais ao processo de apoptose - proteínas BAX e DRP-1 e cardiolipina - agem de forma conjunta para produzir um grande buraco na membrana externa da mitocôndria, causando a morte da célula. A equipe também conseguiu decifrar a "linguagem" usada por estes elementos, entendendo que as duas proteínas não interagem fisicamente a não ser através dos lipídeos da membrana. "Especificamente, o que uma das proteínas (DRP-1) faz é deformar a bicamada lipídica, e a estrutura resultante é o que aparentemente permite a ativação da segunda proteína (BAX)", explica Gorka Basañez, um dos autores do trabalho.
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