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Pesquisa mostra como células inibem formação de cicatriz excessiva

Cientistas descobrem resposta celular que desempenha um importante papel ao inibir formação de tecido excessivo em feridas.

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Por root
Atualização:

Pesquisadores da Universidade de Illinois em Chicago, nos EUA, descobriram que uma resposta celular inesperada desempenha um papel importante ao inibir a formação de tecido excessivo durante o processo de cicatrização de uma ferida.

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Em termos científicos, a equipe observou que fibroblastos - células especializadas na produção de colágeno e elastina - recrutados para um machucado, começam a entrar em estado de dormência reprodutiva (a senescência, ou desaceleração do ciclo celular). Esta circunstância era associada apenas a células que sofriam danos no DNA. Uma forma de impedir a proliferação descontrolada e formação de tumores.

Uma vez dormentes, os fibroblastos levam à degradação da matriz extracelular, acelerando também a degradação do colágeno. "O acúmulo de células senescentes na ferida tem o objetivo biológico de inibir a formação de tecido excessivo na cicatriz", explica Joon-II Jun, autor do artigo publicado na Nature Cell Biology.

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A equipe também descobriu que é a proteína CCN1 que faz com que os fibroblastos se tornem dormentes. Experiências com ratos modificados, em que a CCN1 não estava ativa, mostraram que fibroblastos não foram convocados a comparecer nas feridas. O resultado? Tecidos em excesso na cicatriz. Após a aplicação da proteína na pele ferida, houve redução do tecido pela presença de fibroblastos senescentes.

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Os resultados do trabalho podem ter importantes implicações em diversas áreas da medicina, entre elas condições patológicas relacionadas a cicatrização de tecidos (o diabetes, por exemplo). "A lesão crônica no fígado, por exemplo, causada por diversos fatores, incluindo infecções virais, alcoolismo, diabetes e obesidade, levam à fibrose e podem progredir para a cirrose", aponta Lester Lau, responsável pelo estudo. "Após um ataque cardíaco, o acúmulo de tecido na cicatriz do coração diminui a sua capacidade de bombear sangue de forma eficiente".

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