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Exame de sangue poderá indicar gestante propensa a desenvolver depressão pós-parto

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Por Redação
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Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, descobriram duas variantes genéticas que podem indicar se uma gestante é mais propensa a desenvolver a depressão pós-parto, transtorno psiquiátrico que afeta uma em cada cinco mulheres no Brasil. De difícil diagnóstico, o problema é negligenciado em muitos países e a criação de um exame de sangue capaz de evidenciar a suscetibilidade para o problema pode ter impactos muito positivos sobre a mãe e o bebê.

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Os pesquisadores avaliaram a resposta de 200 mulheres grávidas a um teste conhecido como Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo (Edinburgh Postnatal Depression Scale - EPDS)*, largamente utilizada como instrumento de triagem para identificação de quadros de depressão pós-parto. Elas foram submetidas ao teste na primeira consulta do pré-natal e entre duas e oito semanas depois do parto. Ao comparar os resultados com o exame de sangue, a equipe observou que as gestantes com depressão pós-parto eram mais propensas a ter duas variantes genéticas que alteram a forma como receptores agem na regulação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal - parte do sistema endócrino que é ativado na resposta ao estresse.

Estudos anteriores já haviam indicado uma associação entre a depressão pós-parto e o eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal, mas a novidade fica a cargo da identificação de variantes específicas. 'Demos um passo importante na caracterização dos riscos potenciais e, portanto, estamos pavimentando o caminho para o tratamento médico adequado às mulheres que estão propensas a desenvolver a depressão pós-parto', afirma Dimitris Grammatopoulos, professor de medicina molecular envolvido no trabalho.

Os pesquisadores planejam agora realizar um estudo multicêntrico maior para buscar novas variantes genéticas, detalhando como atuam as alterações hormonais e a predisposição ao transtorno.

*Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo. Composto por dez itens divididos em quatro graduações (0 a 3), o teste mede a intensidade de sintomas depressivos. Embora rápido, autoaplicável e simples, o método é incapaz de identificar mulheres no grupo de risco.

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