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Menopausa: terapia hormonal deve ser feita por um período específico

Terapia com estrogênio para melhorar a memória não deve ser usada em mulheres muito velhas, afirma pesquisadora de Yale.

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Por root
Atualização:

Pesquisadores da Universidade de Yale, nos EUA, demonstraram que as terapias hormonais utilizadas para preservar a memória de mulheres na menopausa só têm eficácia nos casos de mulheres de meia idade. A intervenção em pessoas mais velhas não produz efeitos desejados, além de aumentar o risco para o câncer de mama, doenças cardíacas ou AVC.

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De acordo com os pesquisadores, o estrogênio (hormônio produzido desde a adolescência até a menopausa nas mulheres) deve ser administrado durante um "período crítico" para prevenir o declínio cognitivo nas mulheres.

"Dar hormônios como tratamentos para declínios cognitivos é complicado, porque eles podem se vincular aos receptores do corpo todo, levando a efeitos indesejáveis", aponta Karin Frick, psicóloga responsável pela pesquisa. "Meu trabalho tenta identificar as moléculas específicas no cérebro que são necessárias aos hormônios para influenciar a formação da memória, o que poderia levar ao desenvolvimento de novas drogas que ofereçam benefícios cognitivos sem efeitos colaterais".

Os pesquisadores observaram um caminho de sinalização celular no hipocampo, uma região do cérebro crucial ao aprendizado e memória. O estrogênio ativou essa sinalização, melhorando a capacidade de ratas de meia idade para relembrar objetos em testes de laboratório. No entanto, o estrogênio não teve nenhum efeito sobre a memória ou a sinalização celular em ratas mais velhas.

Essa incapacidade de o estrogênio atuar nas vias de sinalização pode ter relação com a falha na memória em mulheres mais velhas. Os dados apoiam a ideia de que há um intervalo oportuno no início da menopausa em que o tratamento hormonal pode beneficiar a cognição, indicando que a falta de estrogênio em mulheres mais velhas possa resultar na disfunção de vias moleculares específicas no cérebro.

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Em outro estudo relacionado ao assunto, Frick e seus colegas demonstraram que os processos epigenéticos, em que o acesso ao DNA é alterado (ao invés do próprio código genético), regulam a capacidade do estrogênio de melhorar a memória em ratos jovens do sexo feminino. Este estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que o hormônio alterou dois processos epigenéticos chaves no hipocampo, e que essas alterações foram necessárias para melhorar a memória.

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