As partículas finas são formadas por uma grande variedade de processos químicos observados na atmosfera, onde grandes moléculas se desintegram formando pequenas moléculas que, por sua vez, se integram a pequenas partículas em suspensão.
Para entender as mudanças importantes em curso, no seio da matéria orgânica existente na atmosfera, basta investigar algumas propriedades químicas específicas que são particularmente significantes para o comportamento atmosférico. "Por exemplo, a proporção entre oxigênio e carbono em uma substância afeta a sua capacidade de absorver a água - esta proporção é relevante para determinar a capacidade que as partículas finas têm de semear nuvens", explica André Prévôt, que lidera o projeto no instituto de Paul Scherrer.
Reconstrução das partículas finas em laboratório
A reconstrução das partículas finas em laboratório foi possível porque suas composições são semelhantes em quase todos os cantos do mundo.Uma Câmera de Fumaça, seguida de Processo Estatístico e Método de C14 foram usados para simular as mudanças que ocorrem no interior de materiais específicos encontrados na atmosfera. "Fomos capazes de usar esses resultados em conjunto com um complexo processo estatístico para determinar o tipo de matérias-primas a partir das quais as partículas finas se originaram. Procedimentos complementares, tais como o método de C14, podem ser usados para estabelecer as fontes exatas - se, por exemplo, as substâncias são originárias de florestas ou de gases emitidos por escapamentos ", explica Urs Baltensperger, Chefe do laboratório de química atmosférica do instituto de Paul Scherrer.
As investigações detalhadas acerca da produção das partículas finas foram possíveis por um novo tipo de dispositivo - um espectrômetro de massas especial - que pode ser utilizado para analisar a composição do ar com uma resolução de tempo de um minuto.
Partículas finas: gases nocivos à saúde ou semeadores de nuvens?
Os resultados são reveladores: dentre os 26 locais diferentes do hemisfério norte analisados utilizando o espectrômetro de massa, dois locais de responsabilidade do PSI na Suíça, Zurique e Jungfraujoch - nos Alpes Suíços à 3450 metros de altura -apresentaram importantes resultados. As medições em Zurique apontaram para o efeito das emissões de gases poluentes na saúde. Já em Jungfraujoch, as medições revelaram questões que envolvem a formação de nuvens.
O trabalho dos pesquisadores do PSI foi apoiado pela Swiss National Science Foundation (SNSF)