O estudo indica que a atividade cerebral em regiões destinadas a processar a visão e a percepção espacial está ativa tanto em pessoas que enxergam quanto cegas. Esta revelação indica que o cérebro se renova para processar informações auditivas no lugar de informações visuais.
Sabe-se que pessoas sem visão desenvolvem grande sensibilidade para perceber sons e, assim, aumentar a percepção espacial. Mas, como essa tarefa é realizada somente foi respondida pelo recente estudo. O córtex visual responsável pela visão ocupa partes do hemisfério direito e esquerdo atrás do cérebro, no lobo occipital. Segundo Collignon, em algumas regiões do fluxo occipital dorsal direito foi observado que não é preciso haver experiências visuais para desenvolver uma especialização para o processamento da informação espacial. Essas regiões já estão funcionalmente integradas na rede cerebral preexistente para essa finalidade.
Quando as pessoas nascem cegas, o cérebro vai sendo moldado pelas experiências conforme conexões (sinapses) e desconexões entre os neurônios.Aos oito meses de idade, 40% das sinapses são gradualmente removidas e uma densidade sináptica estável é alcançada aos 11 anos. Essas regiões específicas do cérebro possuem uma grande flexibilidade para mudar as sinapses conforme as experiências do indivíduo, o que possibilita sua renovação para executar funções próximas àquelas exigidas pelos outros sentidos. Para Collignon, o cérebro é mais que uma máquina sensorial e deve ser considerado como uma máquina orientada pela funcionalidade.