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Probióticos reduzem pela metade risco de morte em bebês prematuros

Revisão sistemática de 11 ensaios clínicos randomizados envolvendo mais de 2 mil bebês prematuros mostra benefícios dos probióticos.

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Por root
Atualização:

Milhares de bebês prematuros poderiam ser salvos a cada ano se probióticos, "bactérias amigas" presentes em iogurte e queijos, fossem adicionados ao alimento. A conclusão é de pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental, que realizaram uma revisão sistemática de 11 ensaios clínicos randomizados envolvendo mais de 2 mil bebês nascidos com pelo menos seis semanas de antecedência.

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Os resultados das análises mostram que bebês alimentados com probióticos tinham uma chance de sobrevivência duas vezes maior do que outros prematuros. "Os probióticos são microorganismos vivos benéficos que estão naturalmente presentes no trato digestivo", explica Sanjay Patole, da UWA. "Estas bactérias amigas promovem a saúde, suprimindo o crescimento de bactérias potencialmente prejudiciais, melhorando a função imunológica e aumentando a barreira protetora do intestino".

Apesar dos resultados, alguns pesquisadores acreditam que os resultados devam ser analisados com cautela. "Acreditamos que os probióticos não devam ser oferecidos como uma terapia rotineira em recém-nascidos pré-termo", explica William Tarnow-Mordi, colaborador do artigo publicado na Pediatrics e professor da Universidade de Sidney. "No entanto, a seleção de um produto adequado e seguro, com propriedade probióticas e monitoramento é algo necessário antes de se oferecer a terapia como rotina".

A Universidade de Melborne está realizando um estudo financiado pelo conselho de medicina do país para avaliar o potencial dos probióticos em prematuros. Além disso, a Dinamarca já recomenda que bebês nascidos com até dez semanas de antecedência recebam probióticos diariamente até a alta hospitalar.

No ano passado, uma pesquisa italiana demonstrou que uma proteína do leite da vaca poderia ajudar a reduzir as taxas de infecções de prematuros em cerca de dois terços, revelando que a presença de probióticos no trato gastrointestinal dos bebês ajudaria a prevenir a migração de bactérias do sistema digestivo para a corrente sanguínea. No Brasil, uma pesquisa realizada pela Fiocruz e comandada pela pesquisadora Letícia Kraus em 2009 demonstrou que os probióticos podem prevenir o parto prematuro associado à infecção intrauterina.

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