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Quer emagrecer? Exclua o xarope de milho rico em frutose da sua dieta

Pesquisas provam que adoçante muito usado em refrigerantes engorda muito mais do que açúcar convencional.

Por root
Atualização:

O consumo de diferentes alimentos com a mesma quantidade de calorias pode, sim, engordar - ou emagrecer diferente também. Um estudo da Universidade de Princeton demonstrou que o que você usa para adoçar a comida pode ser bem diferente do que outra pessoa usa e isso pode afetar o seu peso de forma drástica. O xarope de milho rico em frutose é capaz de engordar muito mais do que o açúcar branco - mesmo que a ingestão calórica seja a mesma.

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Dois experimentos realizados pelos pesquisadores demonstram que o xarope leva ao aumento anormal da gordura corporal, especialmente na cintura e barriga, além de contribuir para o aumento de triglicérides no sangue - condições especialmente perigosas que elevam o fator de risco para o diabetes, pressão alta, doença da artéria coronária e câncer.

 "Algumas pessoas têm defendido que o xarope de milho de alta frutose não é diferente de outros edulcorantes quando se trata de ganho de peso e obesidade, mas nossos resultados deixam claro que isso não é verdade, pelo menos nas condições dos nossos testes", diz Bart Hoebel, professor de psicologia especializado na neurociência do apetite, peso e dependência do açúcar. "Quando os raos estão bebendo xarope de milho rico em frutose a níveis bem inferiores aos do refrigerante, estão se tornando obesos. Mesmo oferecendo uma dieta rica em gordura, você não vê um ganho de peso como esse".

Diferentes concentrações, diferentes processos metabólicos

Xarope de milho ricos em frutose e a sacarose são compostos que contêm os açúcares simples frutose e glicose, mas há pelo menos duas diferenças claras entre eles. Primeiro: a sacarose é composta de quantidades iguais de dois açúcares simples (50% de frutose e 50% de glicose), mas o xarope apresenta um formato ligeiramente desequilibrado (55% de frutose e 42% de glicose). Moléculas de açúcar maiores, chamadas de sacarídeos superiores, compõem 3% dos açúcares.

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Além disso, como resultado do processo de manufatura para o xarope rico em frutose, as moléculas de frutose são livres e consolidadas - prontas para a absorção e utilização. Em contrapartida, cada molécula de sacarose e frutose proveniente da cana-de-açúcar ou da beterraba está ligada a uma molécula de glicose correspondente, passando por etapas metabólicas extras antes de poder ser utilizada.

Isso levou a uma questão interessante: os ratos se tornaram obesos pelo consumo do xarope, mas não pela sacarose potável. As diferenças essenciais no apetite, metabolismo e expressão de genes por trás deste fenômeno ainda são incompreendidas, embora possam estar relacionados ao fato de que a frutose em excesso é metabolizada para a produção de gordura, ao passo que a glicose é em grande parte processada para produzir energia ou ser armazenada como hidrato de carbono (glicogênio) no fígado e nos músculos.

Xaropes do mundo moderno

Nos últimos 40 anos, desde a introdução do xarope de milho rico em frutose como adoçante na dieta norte-americana pela relação custo-benefício, as taxas de obesidade dispararam nos EUA. Em 1970, apenas 15% das pessoas eram obesas. Hoje, um terço dos adultos é doente.

O xarope de milho rico em frutose não é apenas usado para adoçar sucos ou cafezinho. O substituto do açúcar convencional está presente indiscriminadamente em alimentos processados e bebidas como refrigerantes, pães, bolos, saladas, ketchups e até saladas industrializadas.

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