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Estudo mostra similaridade no sistema de aprendizagem de homens e répteis

Estudo fornece evidências de que o sistema de aprendizagem utiliza áreas do cérebro também existentes nos vertebrados mais primitivos.

Por taniager
Atualização:

Tentar entender como o sistema básico de aprendizagem humana funciona levou pesquisadores, do Instituto Karolinska da Universidade médica sueca, a investigar uma das partes mais antigas na evolução do cérebro e responsável pela capacidade, consciente e inconsciente, de aprender os movimentos através da repetição. O estudo forneceu evidências de que o sistema de aprendizagem utiliza áreas do cérebro que também existem nos vertebrados mais primitivos, como certos peixes, répteis e anfíbios: o striatum límbico.

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O professor adjunto Fredrik Ullén do Instituto Karolinska de Estocolmo e do Instituto do Cérebro confirmou que os resultados da pesquisa fundamentaram a hipótese de que os sistemas de aprendizagem implícita, ou inconsciente, são mais simples e os mais antigos na evolução do cérebro.  

Muitas das habilidades corriqueiras que se aplicam a cada dia, como abotoar uma camisa ou tocar um instrumento, compreende uma seqüência de movimentos distintos que devem ser realizados na ordem correta. Os cientistas sabem há muito tempo que existem dois sistemas de aprendizagem de tais padrões de movimento; com o sistema implícito, aprendemos sem ter consciência desse fato e sem ter consciência da formação do conhecimento, tais como a repetição simples. Por outro lado, nós usamos o sistema explícito quando treinamos conscientemente e temos consciência do que estamos aprendendo.

O gânglio basal é a estrutura do cérebro responsável pela aprendizagem e controle motor. Ele situa-se nos hemisférios cerebrais. A dopamina, uma substância utilizada na transmissão de sinais entre neurônios, é importante para a aprendizagem e a plasticidade dos gânglios basais.

No presente estudo, publicado na PNAS,  revista da American Academy of Sciences, os pesquisadores examinaram ambos os aprendizados implícitos e explícitos das seqüências motoras em relação ao número de receptores de dopamina D2 no gânglio basal. Ao encontrarem uma correlação entre a densidade de receptores D2 e ambas as formas de aprendizagem, os pesquisadores também notaram que a parte mais antiga evolutiva do gânglio basal - o striatum límbico - estava relacionada apenas com a aprendizagem implícita.

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O Dr. Ullé esclarece que alguns de nossos sistemas de aprendizagem fundamentais são os mesmos encontrados em outros animais, não apenas nos mamíferos, mas também em vertebrados mais primitivos que possuem um striatum límbico.

Os cientistas esperam compreender melhor os mecanismos destes sistemas de aprendizagem para, futuramente, utilizarem o conhecimento no desenvolvimento de novos tratamentos para doenças como Parkinson e Huntington, que se caracterizam por distúrbios da função do gânglio basal e da coordenação motora.

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