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Terapia cognitivo-comportamental alivia sintomas de doenças intestinais

Ideia é ensinar pais a treinarem os filhos a lidarem melhor com os sintomas. As doenças de intestino podem se manifestar de forma imprevisível.

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Por root
Atualização:

Problemas intestinais não são muito discutidos por aí, mas costumam tornar a vida de muitas pessoas um verdadeiro pesadelo. Contudo, um novo programa de intervenção psicológica desenvolvido pela Universidade da Geórgia, nos EUA, promete ajudar indivíduos que sofrem de doenças inflamatórias intestinais.

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Uma terapia cognitivo-comportamental testada por psicólogos da universidade mostrou ser capaz de diminuir sintomas físicos e aumentar a adaptação de indivíduos com doença de Crohn e colite ulcerativa, por meio de estratégias de enfrentamento. A pesquisa envolveu 24 adolescentes do sexo feminino entre 11 e 17 anos (geralmente mais afetadas pelo embaraço muitas vezes causados pelos problemas intestinais).

"Vimos melhorias significativas nos sintomas físicos destes adolescentes e estratégias de enfrentamento após o tratamento", diz Ronald Blount, professor de psicologia clínica na UGA e um dos autores do trabalho. "Os pais, que também foram envolvidos no estudo, relataram reduções nos pensamentos catastróficos relacionados à dor de suas filhas, melhorando as reações comportamentais relacionadas aos sintomas físicos das meninas".

A ideia é ensinar pais a treinarem os filhos a lidarem melhor com os sintomas. As doenças inflamatórias de intestino podem se manifestar de forma imprevisível, causando grande sofrimento aos pacientes. Os sintomas incluem dores abdominais, diarreia, retardo do crescimento, sangramento retal ou intestinal, entre outros. Conviver com estes problemas pode ser algo muito estressante, capaz de levar a problemas em outras partes do corpo.

Comunidades online

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Os pesquisadores perceberam que o uso de chats na internet pode ser uma forma eficaz de fazer com que estes pacientes falem sobre os seus sentimentos e desenvolvam um sentido muito real de comunidade. Infelizmente, doenças intestinais são consideradas "doenças do isolamento", já que poucos indivíduos se sentem confortáveis falando sobre o assunto.

"Nós esperamos que eles tenham aprendido que a psicologia desempenha um papel importante na forma como eles se sentem fisicamente", diz Megan McCormick, co-autora da pesquisa. "Há uma série de estudos sobre intervenções médicas", explica Booney Reed-Knight, também envolvido no estudo. "Mas, para algumas pessoas, pode haver um estigma em relação à intervenção psicológica".

Sensação de controle

Os pais envolvidos no estudo disseram que a intervenção pelo novo tratamento ofereceu pela primeira vez uma sensação de controle da situação. Eles entenderam que a forma como eles reagem à dor de seus filhos pode influenciar a melhora ou a piora do quadro físico.

Ao mesmo tempo, a criação de comunidades permitiu às adolescentes a experiência de compartilhar sentimentos, tornando-se também fontes de apoio para as demais.

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