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Teste com base biológica consegue detectar autismo com precisão de até 94%

Pesquisadores da Harvard e da Universidade de Utah desenvolveram a base biológica para o melhor teste de autismo até hoje feito.

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Por root
Atualização:

Pesquisadores da Harvard e da Universidade de Utah desenvolveram a base biológica para o melhor teste de autismo até hoje feito. O exame - que usa ressonância magnética para medir os desvios nos circuitos do cérebro - foi capaz de detectar a doença em indivíduos com autismo severo com 94% de precisão. Os resultados podem levar a uma melhor compreensão do distúrbio, além do desenvolvimento de terapias mais eficazes.

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"Isso ainda não está pronto para o uso recorrente em clínicas, mas os resultados até agora são muito promissores", diz Nicholas Lange, professor adjunto de psiquiatria em Harvard e autor do estudo. "Na verdade, temos novas formas de descobrir mais sobre a base biológica do autismo e de como melhorar a vida dos indivíduos com o transtorno", ressalta Janet Lainhart, da Universidade de Utah, autor sênior do estudo.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores testaram dois grupos: um composto por indivíduos que já tinham sido diagnosticados com autismo de alto funcionamento (utilizando o sistema subjetivo padrão de pontuação, que avalia a linguagem e o comportamento social) e outro de controle, com indivíduos cujo desenvolvimento era considerado normal. Todos foram submetidos ao exame de ressonância magnética, programado para ser sensível à difusão da água ao longo dos axônios no cérebro. O intuito era medir as características microscópicas dos circuitos cerebrais.

"Ele (o exame) fornece imagens e medições das estruturas de fibras microscópicas do cérebro que permitem o funcionamento da linguagem e manifestações sociais e emocionais, podendo revelar desvios que não são encontrados em indivíduos sem autismo", explica Lange. Ao medir seis aspectos dos circuitos do cérebro, o teste conseguiu distinguir corretamente os pacientes com autismo com pouca margem de erro.

Caso o teste confirme seu desempenho em outros experimentos (inclusive com indivíduos com outros distúrbios), o método poderá substituir um dia o atual sistema subjetivo de diagnóstico do autismo, que não tem base biológica. Também poderia, eventualmente, dar mais pistas sobre o início e progressão da desordem.

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