Para que funcionem e sobrevivam, os corpos centrais dos neurônios operam como pequenas fábricas, constantemente produzindo proteínas que são enviadas através do axônio. "Pode ser uma viagem e tanto", afirma Subhojit Roy, biólogo celular e neuropatologista do departamento de neurociência da universidade. "Os axônios podem ser 10 mil vezes mais longos do que o corpo do neurônio".
Algumas proteínas fazem suas jornadas por meio do "transporte axonal rápido", correndo em sacos intracelulares chamados vesículas. Outras proteínas que usam outras vias demoram muito mais para fazer a viagem e, até agora, ninguém tem uma explicação plausível de como as cargas solúveis realizam o "transporte axonal lento".
A equipe então desenvolveu uma estratégia para monitorar o movimento de proteínas ativadas para ficarem fluorescentes, de forma a simular o movimento lento. Os dados oferecidos por diversas tecnologias de imagem e análises bioquímicas indicam que proteínas citosólicas solúveis se reúnem em grandes complexos supramoleculares que movem para fora do corpo do neurônio como uma pluma de proteínas. O conjunto se move em jorros vetoriais, fazendo com que o movimento global seja lento.
"É um processo lento, um movimento coordenado global resultante de um comportamento aparentemente caótico", diz Roy. "Ao que sei, é um tipo completamente novo de movimento intracelular que nunca foi descrito antes e parece provável que as proteínas citosólicas usam esta estratégia em todas as células".