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Imagine só!

Buracos-negros a caminho: pesquisadores descobrem 26 deles em galáxia que vai se chocar com a nossa

Por Herton Escobar
Atualização:

Astrônomos nos EUA descobriram 26 possíveis buracos-negros no centro de Andrômeda, uma das galáxias mais próximas da Via-Láctea (a galáxia na qual vivemos) -- o maior número já descoberto em galáxia além da nossa. A pesquisa foi feita com base em mais de 150 observações realizadas com o telescópio espacial Chandra, da Nasa, ao longo dos últimos 13 anos.

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"Achamos que é só a ponta do iceberg", diz o pesquisador Robin Barnard, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em um press release divulgado pela equipe do Chandra. "A maioria dos buracos-negros não possuem companheiros próximos e são invisíveis para nós", explica ele.

Os buracos-negros não são "buracos" propriamente ditos. Muito menos vazios. Eles são objetos celestes, assim como as estrelas, em que a matéria está compactada de tal forma, num espaço tão pequeno (densidade infinita), que a atração gravitacional gerada por ela no seu entorno é tão forte que nem a luz consegue escapar ... e tudo mais que passa por perto acaba sendo "sugado" para dentro, como água que escorre por um ralo escuro e desaparece para sempre. Estudá-los é bastante complicado, justamente porque eles não emitem luz, e toda a nossa astronomia é essencialmente baseada na observação de luz (radiação eletromagnética).

Acredita-se que os buracos-negros são comuns no universo, e eles existem em diversos tamanhos, dependendo da quantidade de matéria que existe dentro deles. No centro da nossa galáxia, por exemplo, há um buraco-negro "supermassivo", com uma massa equivalente a 4 milhões de vezes a massa do Sol. Além de vários outros buracos-negros menores.

Segundo os resultados divulgados no novo trabalho, os buracos-negros detectados no centro de Andrômeda são pequenos (para um buraco-negro), com cerca de 5 a 10 massas solares. Eles são originalmente formados pela "implosão" gravitacional do núcleo de grandes estrelas, pelo menos três a quatro vezes maiores do que o nosso Sol, depois que suas camadas superficiais explodem em um supernova.

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A detecção dos buracos-negros (que não podem ser observados diretamente) foi feita pela observação dos raios X (a especialidade do Chandra) emitidos pela matéria ao redor deles, que é aquecida ao ser "arrastada" para dentro do buraco. Os dados já estão disponíveis online e serão mais tarde publicados na revista The Astrophysical Journal.

Andrômeda e a Via-Láctea, separadas por cerca de 2,5 milhões de anos-luz, são consideradas galáxias "irmãs", que eventualmente vão se tornar "gêmeas siamesas". Elas estão em rota de colisão e é previsto que, daqui a 4 bilhões de anos, elas vão se chocar, fazer uma espécie de dança gravitacional ao redor uma da outra, e depois se fundir em uma única grande (e ainda mais gigantesca) galáxia espiral. Essa previsão foi feita no ano passado pela Nasa, com base em observações feitas com o telescópio espacial Hubble. (veja vídeo abaixo)

 

Quem estiver vivo daqui a 4 bilhões de anos vai ver Andrômeda ficar cada vez maior no céu noturno, até colidir com a Via-Láctea, bagunçar toda a paisagem celeste, depois se afastar de novo, até se fundir de vez com a gente. (veja sequência de fotos abaixo) Incrivelmente, porém, segundo as previsões da Nasa, é provável que a Terra, o Sol e os outros planetas passarão incólumes por todo esse processo. O Sistema Solar deverá ser deslocado para uma posição mais distante do centro galáctico, porém não deverá ser desmantelado. Isso porque as distâncias entre as estrelas são enormes ... tanto que, mesmo havendo milhões delas dentro de cada galáxia, a possibilidade de duas estrelas se chocarem com a fusão das galáxias é relativamente pequena.

Que sorte a nossa! Mas que pena que não estaremos mais aqui para ter certeza ... Imagine só!

 Foto: Estadão

Mais detalhes neste link: www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/milky-way-collide.html

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