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HUBBLE, 20 ANOS

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Por Herton Escobar
Atualização:

O telescópio espacial Hubble completa hoje 20 anos. Mas quem ganha o presente, como sempre, somos nós: uma foto espetacular (ouso dizer, talvez, uma das mais bonitas já feitas pela astronomia) de uma "pontinha" da nebulosa Carina, a 7.500 anos-luz da Terra. Digo "pontinha" porque a nebulosa inteira tem mais de 50 anos-luz de largura (o que significa que seria necessário viajar à velocidade dA luz -- 300 mil km/segundo -- durante 50 anos para atravessá-la de ponta a ponta). Já essas torres de poeira e gás que aparecem na imagem tem "apenas" 3 anos-luz de altura.

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As nebulosas, como também já abordei em posts anteriores, são gigantescas nuvens de poeira e gás que funcionam como berçários de estrelas. São feitas principalmente de hidrogênio (o elemento mais abundante do universo). Dentro delas, em vários pontos, os gases são espremidos com tanta força pela gravidade que os átomos de hidrogênio começam a se fundir uns com os outros, produzindo, assim, átomos de hélio, numa reação em cadeia. E eis que... boom!... nasce uma estrela!

A luz que ilumina a nebulosa é produzida justamente por essas jovens estrelas que estão nascendo dentro dela. As diferentes cores são produzidas por diferentes combinações de gás, poeira e temperatura. E ao mesmo tempo que a iluminam, as estrelas produzem jatos de gás que deformam as bordas da nebulosa, com se fossem gigantes soprando dentro de uma nuvem.

Mas a imagem final, é preciso reconhecer, não é exatamente o que você veria a olho nu se estivesse no espaço e olhasse pela janela. Ela resulta, na verdade, da sobreposição de seis imagens feitas pela nova câmera Wild Field 3 do Hubble: três no espectro visível e três, no infravermelho. (Para mais detalhes, veja essa matéria da revista Science News, com um infográfico. Como diz o autor, a foto final é "uma mistura de arte e ciência".)

Já na imagem abaixo, a Nasa faz uma comparação entre a mesma estrutura vista no espectro visível e no espectro infravermelho. No segundo caso, é possível ver estrelas que ficam escondidas por trás da poeira, já que a luz infravermelha não é bloqueada por ela. (veja outro exemplo nesse post anterior: A beleza está no telescópio do observador)

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 Foto: Estadão

O Hubble é uma joia tecnológica no espaço e devemos muito do que sabemos sobre o universo a ele. Não só pelas informações científicas que produziu, mas pela inspiração que suas imagens proporcionam à humanidade, permitindo-nos enxergar a grandiosidade e a beleza do Universo de maneira incomporável. Ele orbita a Terra a 569 km de altitude, muito acima das turbulências atmosféricas que dificultam as observações astronômicas feitas da superfície. Por isso suas imagens são tão maravilhosas, tanto aos olhos dos cientistas quanto dos leigos.

Vários telescópios em terra já possuem tecnologias que permitem corrigir essas deformações atmosféricas ... mas não tem jeito. O Hubble é o Hubble. Ninguém fotografa o espaço como ele.

Feliz aniversário, então, e que ele permaneça lá em cima por muitos anos ainda, nos inspirando a admirar o Universo.   Abraços a todos.

 Foto: Estadão

Essa, para terminar, é uma foto da nebulosa Carina inteira, produzida também pelo Hubble em 2007 (no seu aniversário de 17 anos).

Para ver mais imagens do telescópio, entre nesses sites:

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http://www.galaxyzoo.org/

http://hubble.stsci.edu/

http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/main/index.html

http://www.spacetelescope.org/

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