Herton Escobar / O Estado de S. Paulo
Atenção raias-mantas (e seres humanos interessados em conhecê-las): corram para a Indonésia! O país asiático, detentor da maior biodiversidade marinha do planeta, declarou-se na última sexta-feira um santuário de mantas, com a proibição da pesca desses animais em todos os seus 5,8 milhões de km2 de oceano.
A decisão segue uma lógica tanto ambiental quanto econômica, baseada em números que mostram que o turismo gerado pela observação das raias-mantas vale muito mais dinheiro para o país do que a comercialização da sua carne e de suas guelras gera para os pescadores. Na ponta do lápis: US$ 1 milhão por uma manta viva (ao longo de sua vida) versus R$ 500 por uma manta morta (em pagamento único). Não precisa ser ecologista, mergulhador nem mestre em matemática para entender a diferença.
Um dos marcos científicos para a decisão foi um trabalho publicado em maio de 2013, na revista PLoS One, por pesquisadores ligados a organizações conservacionistas, segundo o qual o turismo de raias-mantas movimenta US$ 140 milhões por ano em 23 países. Um ótimo exemplo de como a ciência pode ajudar na conservação da natureza.
Se a motivação do governo indonésio foi puramente econômica, ambiental, ou ambas, não importa. O que importa é que a decisão faz sentido, e as mantas estão protegidas de agora em diante (ao menos no papel) em toda a Indonésia.
Eu já estive na Indonésia duas vezes, e em ambas delas tive o prazer de mergulhar com suas raias-mantas (das duas espécies, a oceânica e a recifal). São animais magníficos. Elas ocorrem também no Brasil, só que em menor número, principalmente na região do Parque Estadual da Laje de Santos, no litoral paulista.
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