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Imagine só!

O MUNDO EM SUAS MÃOS

Por Herton Escobar
Atualização:

O professor Michel Mahiques fica quase sem fôlego de tanto entusiasmo ao falar do novo "brinquedo científico" do Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo, do qual ele é diretor. Na verdade, não é brinquedo não ... é uma ferramenta de ensino e pesquisa chamada Science on a Sphere (Ciência numa Esfera), desenvolvida pela NOAA, a superrenomada agência de ciências oceânicas e atmosféricas do governo americano. Coisa séria. Só que, inegavelmente, também, muito divertida.

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Trata-se de um sistema de visualização de fenômenos planetários, que projeta simulações de dados reais, extraídos dos bancos de dados da NOAA, sobre uma esfera, permitindo que você veja como as coisas acontecem de uma forma incrivelmente dinâmica e realista. Os "datasets" que podem ser projetados incluem dados sobre correntes marítimas, temperatura, ventos, vulcões, vários fenômenos climáticos, rotas de espécies migratórias, dispersão de poluentes, movimentação de placas tectônicas, ondas sísmicas de terremotos, propagação de tsunamis e até da nuvem de radiação emitida pelas usinas de Fukushima, no Japão, no ano passado ... são mais de 500 programas. E não são simulações teóricas (apesar do sistema poder ser usado para isso também, em estudos de modelagem, que é sua principal aplicação científica) ... são dados reais, atualizados semanalmente online pela NOAA. Neste vídeo do YouTube que fiz com meu celular numa visita recente ao IO, dá para ver algumas demonstrações, incluindo a propagação de ondas dos tsunamis da Indonésia e do Japão.

A esfera fica fixa, presa ao teto, mas parece girar com a movimentação das imagens projetadas sobre ela. Os polos da Terra podem ser movimentados em todas as direções por meio de um controle de videogame Wii (que o Michel ainda estava aprendendo a usar quando fui lá, 3 semanas atrás).Além de sistemas terrestres é possível projetar fenômenos de outros planetas, como a movimentação das nuvens atmosféricas de Júpiter ou de manchas solares no Sol. Fantástico!

O sistema todo custou US$ 200 mil e está instalado no museu do IO, na Cidade Universitária. É o primeiro e único do tipo no Hemisfério Sul. Segundo Michel, ele será usado como ferramenta de pesquisa e ensino. "Minhas aulas sobre placas tectônicas eu não vou mais dar na sala de aula, vou dar aqui", diz ele, empolgadíssimo. Sorte dos alunos, que certamente vão se entusiasmar como ele e aprender muito mais com a esfera do que com um livro. Só enquanto ele fazia as demonstrações para mim, mais de uma dúzia de pessoas que passavam pelo museu entraram quietinhos na sala e ficaram olhando embasbacadas para as imagens.

Vale a pena conferir. Abraços a todos.

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