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Esse planeta não é o Tatooine de Star Wars, mas ele também tem dois sóis

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Por Giovanna Montemurro
Atualização:

Se você é fã de Star Wars, um planeta com dois sóis não é nenhuma novidade, mas para os cientistas o recém-descoberto Kepler-16b é um achado inédito. Pesquisadores norte-americanos encontraram um planeta real orbitando um par de sóis usando os dados da missão Kepler da Nasa. Embora os pesquisadores não acreditem que o Kepler-16b possa abrigar vida como Tatooine, sua descoberta é importante por demonstrar a diversidade de planetas existente em nossa galáxia. Os achados foram publicados na edição desta quinta-feira, 15, da revista Science.

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Segundo o trabalho, o novo planeta é menor que Júpiter e possivelmente tem massa e tamanhos comparáveis a Saturno. Além disso, Kepler-16b orbita suas estrelas a cada 229 dias a uma distância de 104 milhões de quilômetros, de maneira semelhante à órbita de 225 dias de Vênus. A pesquisa também indica que os dois sóis desse sistema binário - que fica a 200 anos-luz da Terra - são menores e mais frios que o nosso Sol, tornando Kepler-16b um planeta de superfície fria (de -73º a -101º).

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sonda Kepler, lançada em 2009, está orbitando o Sol entre a Terra e Marte, conduzindo um censo planetário e buscando planetas similares à Terra desde o ano passado. Dentre os mais de mil planetas já encontrados pela missão, esta é a primeira vez que os astrônomos encontram evidências diretas de um planeta circumbinário. Os cientistas já suspeitaram que outros planetas orbitassem dois astros de um sistema binário, mas o trânsito de um planeta circumbinário ainda não havia sido detectado.

A sonda Kepler usa a técnica do trânsito para detectar novos planetas que orbitem outras estrelas que não o Sol. Funciona assim: grandes planetas que passem pela sonda bloqueiam o brilho da estrela, fazendo com que ela escureça por algumas horas. A sonda então observa algumas estrelas em busca desse "escurecimento" que indica planetas em trânsito.

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A equipe de pesquisadores foi liderada por Laurance Doyle e é vinculada ao Intituto Seti, da Califórnia. O Instituto Seti é mais conhecido por vasculhar os céus buscando sinais de civilizações extraterrestres. Eles avaliaram dados fotométricos do brilho de 155 mil estrelas coletados pelo Kepler. Eles conseguiram encontrar o sistema binários de estrelas detectando um padrão nos dados que mostrava uma estrela eclipsando a outra. Eles puderam observar que essas estrelas têm dois eclipses: um quando a estrela maior é parcialmente bloqueada pela menor e outro quando a estrela menor é completamente bloqueada pela maior.

Os pesquisadores também notaram outras vezes em que o brilho das duas estrelas diminuiu, mesmo quando elas não estavam em posição de eclipse. Esse padrão sugeriu para os cientistas que havia um terceiro objeto envolvido, levando à descoberta do planeta Kepler-16b.

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