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A clínica que descobriu um segredo

 O empresário e terapeuta Fábio Domingues, de 37 anos, tinha planos de expandir a atuação de sua clínica de reabilitação, situada em Votorantim, na região de Sorocaba, para outras cidades do interior paulista. Domingues viu na plataforma digital uma maneira barata e eficaz de conscientizar os internautas sobre os perigos das drogas e divulgar o nome da clínica. "Pretendíamos quebrar o tabu da discriminação por meio de uma relação direta com os jovens, que são o público mais presente nas redes sociais", explica. Após ler uma reportagem sobre a boo box, uma startup de tecnologia e mídias sociais, o terapeuta decidiu aderir ao modelo proposto pela empresa de conectar os interesses de quem queria divulgar sua marca na internet aos de blogs e páginas que poderiam aplicar seu conteúdo por meio de links ou apps. 

Por Larissa Tsuboi Ogusico e aluna da Faculdade Cásper Líbero
Atualização:

A Recanto Renascer, clínica de Domingues, investiu R$ 1.500,00 em campanhas lançadas no Facebook, Twitter e em sites relacionadas ao tema saúde. O retorno veio através de dois milhões de visualizações dos anúncios e 1.570 novas visitas no site da clínica. 

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A campanha criada pela boo box para uma empresa distante do universo digital deixa claro que as relações de publicidade na internet vêm tomando novos rumos. Resultados de uma pesquisa da Nielsen de 2011 mostram que 87% dos internautas brasileiros utilizam as redes sociais. Destes, 53% seguem uma marca. "O brasileiro é altamente conectado e pertence a uma cultura muito aberta, que gosta de compartilhar e não tem medo de se expor", explica o CEO da agência de marketing digital iThink, Marcelo Trípoli. 

Num ambiente tão receptivo a essas novas mídias, as startups passaram a atrair mais investimentos. Foi o caso da boo box, cujo aporte financeiro do fundo brasileiro Monashees e da Intel Capital deram uma guinada no negócio fundado em 2007 por Marco Gomes, de 25 anos. A boo box é a primeira startup brasileira de publicidade em redes sociais e se orgulha do poder de alcance conquistado no universo digital:

28 mil publishers - blogs e páginas com conteúdo - e 200 mil sites fazem parte de suas conexões, totalizando 3 bilhões de anúncios por mês para 65 milhões de pessoas. São números que impressionam e, ao mesmo tempo, atraem empresas de pequeno e médio porte que não conseguem investir grandes somas de dinheiro em publicidade. "Os pequenos e médios empresários finalmente começaram a entender os excelentes resultados de campanhas bem-planejadas e executadas nas mídias sociais", conta Marco Gomes. 

Grandes corporações internacionais, como Sony, Nike e Petrobras, também se interessaram pelo negócio proposto pela boo box. As redes sociais atraem as empresas porque permitem que uma marca monitore o que é falado sobre ela e se aproxime de seus consumidores. Segundo Trípoli, o grande diferencial da propaganda digital é o poder de segmentação. "É uma estratégia que faz parte do próprio DNA da internet, pois torna muito maior a chance de aquela informação ser relevante para o consumidor", explica. 

Diante disso, a boo box criou uma tecnologia própria de segmentação de audiência por comportamento. Para quem quer anunciar, o processo é simples. A empresa interessada cria sua campanha estabelecendo o valor que pretende investir e o tempo de exibição do anúncio. Também escolhe o público alvo por meio de assuntos específicos e regiões do país. É o que a boo box chama de "Self service para anunciantes" e que gera em média cinco novas campanhas por dia. Ao analisar as ações de uma pessoa na internet, a boo box consegue saber quais as preferências e os melhores anúncios a exibir para cada indivíduo. 

A ideia por trás do funcionamento da startup é a otimização de oferta e procura de serviços. Um conceito simples, mas que gera resultados expressivos. Após os anúncios da Recanto Renascer nas redes sociais, todas as vagas oferecidas pela clínica foram ocupadas e uma nova filial teve de ser aberta para dar conta da demanda. "Vamos lançar outra campanha", avisa Domingues.

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