Bebês processam a linguagem da mesma maneira que adultos, diz estudo

Bebês de pouco mais de um ano conseguem processar as palavras que ouvem com as mesmas estruturas cerebrais que os adultos

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Por Redação
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Bebês, até mesmo aqueles que são muito novos para falar, podem entender muitas das palavras que os adultos estão falando e seus cérebros processam a linguagem da mesma maneira que os adultos fazem.

 

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Combinando técnicas de ponta para mapeamento do cérebro, cientistas da Universidade da Califórnia descobriram que os bebês de pouco mais de um ano conseguem processar as palavras que ouvem com as mesmas estruturas cerebrais que os adultos e na mesma quantidade de tempo. Além disso, os pesquisadores descobriram que as crianças não entendem as palavras apenas como sons, mas são capazes de compreender seu sentido. O estudo foi publicado na revista Cerebral Cortex da Universidade de Oxford.

 

"Os bebês estão usando os mesmos mecanismos do cérebro que os adultos para encontrar o sentido das palavras dentro do que se pensa ser um 'banco de dados mental' de sentidos, que é constantemente atualizado até a idade adulta", disse Katherine E. Travis, uma das autoras do estudo.

 

Anteriormente, muitas pessoas achavam que as crianças poderiam usar um sistema completamente diferente para aprender palavras e que a aprendizagem começaria de forma primitiva, evoluindo para o processo utilizado pelos adultos. A determinação das áreas do cérebro responsáveis pelo aprendizado da linguagem, no entanto, foi dificultada pela falta de evidências mostrando onde o processo de desenvolvia no cérebro.

 

Enquanto lesões em duas áreas chamadas Broca e Wernicke tenham sido associadas à perda de habilidades da fala em adultos, lesões similares em crianças têm pouco impacto no desenvolvimento da linguagem. Para explicar essa disparidade, alguns especialistas propuseram teorias dizendo que o hemisfério direito e a região fontal inferior são inicialmente críticas para a linguagem e que as áreas clássicas da linguagem durante a fase adulta se tornam dominantes somente quanto a experiência com as palavras aumenta. Teorias alternativas, no entanto, sugeriram que a plasticidade do cérebro das crianças permite que outras regiões assumam a tarefa de aprender a linguagem caso a região frontotemporal seja danificada.

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