Cardeal argentino Bergoglio é escolhido novo papa

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Por Redação
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O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo papa da Igreja Católica, numa rápida e surpreendente escolha no segundo dia de votação na Capela Sistina, no Vaticano, nesta quarta-feira. Bergoglio, primeiro chefe máximo dos católicos nascido na América Latina, escolheu ser chamado de Francisco. Ele não estava entre os nomes apontados por especialistas como favoritos para suceder Bento 16, que renunciou no mês passado. O argentino superou cardeais como o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer, que eram considerados fortes concorrentes. Em suas primeiras palavras a milhares de fiéis na Praça de São Pedro, o papa Francisco declarou que parece que seus irmãos cardeais "foram até o fim do mundo" para encontrar o novo papa. Ele agradeceu o papa emérito Bento 16 por seu trabalho à frente da Igreja Católica e pediu que os fiéis rezem a Deus por ele, afirmando que o mundo deve iniciar um caminho de amor e fraternidade. O conclave secreto com 115 cardeais que escolheu o papa começou na noite de terça-feira com uma primeira votação, e nesta quarta-feira outras quatro rodadas aconteceram. A fumaça branca indicando que o novo pontífice havia obtido a necessária maioria de dois terços aconteceu após a quinta votação. Uma multidão alegre na Praça de São Pedro começou a gritar e a aplaudir quando a fumaça branca apareceu, em meio a uma chuva persistente e ventos frios. A identidade do papa foi anunciada ao mundo a partir da sacada central da Basílica de São Pedro. Além de Scola e dom Odilo, candidatos que vinham sendo citados incluíam os norte-americanos Timothy Dolan e Sean O'Malley, o canadense Marc Ouellet e o argentino Leonardo Sandri. Desde o começo do século 20, só um papa --Pio 12, em 1939-- foi eleito nas três primeiras votações. Nos últimos nove conclaves, houve em média sete votações até a definição. Bento 16, que era favorito claro em 2005, foi eleito no quarto escrutínio. Bento 16 abdicou inesperadamente no mês passado, dizendo que ele não era mais forte o suficiente para enfrentar os desafios que afligem a Igreja, com um número estimado de 1,2 bilhão de fiéis. A Igreja foi abalada por escândalos de abuso sexual e pelo caso "Vatileaks", em que um mordomo de Bento 16 revelou documentos secretos indicando corrupção e disputas internas na Cúria Romana. A instituição tem sido atingida também pelo avanço do secularismo e de religiões concorrentes no mundo, e por problemas na gestão do Banco do Vaticano. (Por Philip Pullella)

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