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Chuva de meteoros intensa será visível no próximo domingo

O fenômeno, conhecido como Liríadas, ocorre sempre em abril; as estrelas cadentes poderão ser observadas de todo o Brasil entre a noite do dia 22 e a madrugada do dia 23 de abril

Por Fabio de Castro
Atualização:

A chuva de meteoros periódica conhecida como Liríadas será visível a olho nu, entre a noite de domingo, 22 e o início da madrugada de segunda-feira, 23. O fenômeno poderá ser observado em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, de acordo com o Observatório Nacional. 

Primeira chuva de meteoros de grande intensidade do ano, as Liríadas ocorrem entre 14 e 30 de abril, mas o pico máximo acontece entre os dias 22 e 23. Para observar o fenômeno, é preciso estar em um local onde o céu não esteja encoberto, longe das luzes artificiais das cidades.  No Brasil, o maior número de meteoros poderá ser visto entre a meia-noite e o amanhecer. Observadores das regiões Norte e Nordeste terão visão privilegiada.

As chuvas de meteoros acontecem quando um grande número desses corpos entra na atmosfera terrestre ao mesmo tempo, causando uma sequência de estrelas cadentes que podem ser visualizadas a olho nu e que podem durar vários dias. Foto: Dado Ruvic / Reuters

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As Liríadas são destroços do cometa C/1861 G1 Thatcher, que têm sido observadas por mais de 2.600 anos. Anualmente, em meados de abril, a Terra passa pelo fluxo de destroços do cometa, o que causa a chuva de meteoros. 

De acordo com o Observatório Nacional, os meteoros são pequenos corpos celestes que se deslocam no espaço e entram na atmosfera da Terra, queimando parcial ou totalmente por causa atrito e do contato com as moléculas de oxigênio. Esse fenômeno deixa riscos luminosos no céu, que são popularmente chamados de "estrelas cadentes". 

"As chuvas de meteoros acontecem quando um grande número desses corpos entra na atmosfera terrestre ao mesmo tempo, causando uma sequência de estrelas cadentes que podem ser visualizadas a olho nu e que podem durar vários dias", explica Fernando Roig, pesquisador do Observatório Nacional. 

Segundo Roig, o fenômeno acontece porque a Terra atravessa a órbita de algum cometa, que espalha em sua trajetória um rastro de fragmentos que se tornam meteoros. "Cada chuva ocorre com periodicidade anual e existem diversas chuvas ao longo do ano vinculadas às órbitas de diferentes cometas conhecidos", afirmou Roig.

Constelação da Lira. De acordo com a Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, para identificar se um meteoro pertence a uma chuva específica, é preciso rastrear o caminho por ele percorrido e observar  qual é o ponto do espaço onde está a origem aparente dos meteoros. Esse ponto é conhecido como "radiante". A constelação na qual o radiante está localizado dá o nome à chuva de meteoros. No caso das Liríadas, os meteoros irradiam a partir de um ponto na constelação da Lira.

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No caso das Liríadas, segundo o Observatório Nacional, o fluxo de entrada na atmosfera terrestre é de 10 a 20 meteoros por hora, mas em alguns casos o número pode chegar a 100. As chuvas de meteoros acontecem em praticamente todos os meses, mas algumas delas, como as Liríadas, têm mais intensidade e ampla visibilidade.

As chuvas de meteoros não representam riscos para a Terra, segundo Roig, porque a maioria dos fragmentos são muito pequenos e se esfarelam na atmosfera antes de atingir o solo. "Excepcionalmente, pode ser que algum fragmento caia no solo, mas tratam-se de corpos muito pequenos cuja probabilidade de oferecer risco às pessoas é praticamente nula", disse o pesquisador.

As principais chuvas de meteoros são as Quadrantídeas (3 de janeiro), Liríadas (22 de abril), Eta Aquarídeas (6 de maio), Delta Aquarídeas (29 de julho), Perseídas (12 de agosto), Orionídeas (21 de outubro), Táuridas (5 de novembro), Leonídeas (18 de novembro) e Geminídeas (14 de dezembro).

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