Cientistas criam teste para identificar líquidos explosivos em aeroportos

Pesquisadores dizem que técnica é barata e leva dois décimos de segundo para detectar material.

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Por Jason Palmer
Atualização:

Cientistas afirmam ter criado uma técnica rápida para detectar líquidos que podem ser usados para criar explosivos. Se a técnica for adotada por aeroportos poderia possivelmente acabar com a restrição de porte de líquidos em viagens de aviões, que vigora nos Estados Unidos e em alguns países europeus. O método requer componentes baratos e pode identificar com boa margem de precisão uma série de líquidos em apenas dois décimos de segundos, de acordo com cientistas alemães. A pesquisa, que foi publicada na revista científica Superconductor Science and Technology, poderia ter outros usos. Uma série de pesquisas está sendo feita para permitir que passageiros voltem a portar líquidos em aeronaves. Várias técnicas já estão disponíveis, como a espectroscopia magnética nuclear, que usa propriedades magnéticas do núcleo de partículas para obter informação de uma amostra. No entanto, todas as alternativas atualmente existentes são caras demais ou requerem tempo demais para poderem ser aplicadas a bagagens de mão. O novo estudo, do Centro de Pesquisas de Jülich, na Alemanha, propõe o uso de uma técnica batizada de espectroscopia de Hilbert. A ideia é usar um amplo espectro de luz para identificar líquidos que poderiam ser misturados ou que já foram misturados a explosivos. Todos os materiais refletem luz de uma maneira diferente. Várias técnicas atuais medem a luz refletida para identificar os diferentes tipos de líquidos. No entanto, esta técnica é de difícil aplicação para detecção de líquidos dentro de bagagens. Para contornar o problema, os pesquisadores usam uma variedade de frequências, que são de 100 a 10 mil vezes inferiores à frequência da luz visível que atravessa facilmente rótulos e malas. Eles usam também um aparelho nano-eletrônico que usa uma técnica chamada junção de Josephson, que traduz a frequência da luz refletida em uma "impressão digital" do líquido, que é então analisado. Segundo Yuri Divin, o aparelho é mais eficiente que outros mais caros. "Em aplicações onde você precisa de operações de alta velocidade, como no monitoramento de segurança, o processo deveria ser rápido e de 'banda larga' para que ele seja confiável, com poucos casos de erro. A espectroscopia de Hilbert faz isso", disse Divin à BBC. "Nós mostramos que a técnica funciona. Mas esta é apenas a parte científica que publicamos", Divin. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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