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Cientistas usam alta tecnologia para ver interior de cobra digerindo rato

Pesquisadores da Dinamarca fazem imagens dentro de píton anestesiada para entender digestão

Por Victoria Gill
Atualização:

O esqueleto da cobra, revelado pelas técnicas médicas de produção de imagem. Divulgação 

 

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Cientistas da Dinamarca mostraram pela primeira vez, por meio de exames de alta tecnologia, o interior de uma cobra enquanto ela realizava a digestão completa de um rato, como parte de um projeto de exploração da anatomia animal.

Os pesquisadores da Universidade de Aarthus, na Dinamarca, usaram a técnica de tomografia computadorizada em uma cobra píton birmanesa de 5 kg. Ela foi anestesiada para o exame uma hora depois de ter devorado um rato inteiro.

Os cientistas também usaram ressonância magnética para estudar os órgãos da píton enquanto ela digeria o rato. Com agentes de contraste, os pesquisadores conseguiram destacar órgãos específicos, em cores diferentes.

A ressonância mostrou o lento desaparecimento do corpo do rato. Ao mesmo tempo, o intestino da cobra se expandiu, a vesícula biliar encolheu e o coração aumentou de volume em 25%.

Para os pesquisadores, o aumento no volume do coração da cobra provavelmente está ligado à energia que a píton precisa para digerir o rato.

Longa digestão

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No total, a cobra precisou de 132 horas para digerir completamente o rato.

"Este é um predador que 'senta e espera'", disse Henrik Lauridsen, do Departamento de Zoofisiologia da Universidade de Aarthus. "Jejua por meses e então come uma grande refeição."

"(Cobras como a examinada) Podem comer o equivalente a até 50% de seu próprio peso e, para conseguir tirar a energia do alimento, precisam recomeçar o sistema intestinal muito rápido", afirmou.

Para os pesquisadores, o uso de tomografia e ressonância é mais vantajoso do que a dissecação. Os exames mantêm o animal vivo e os órgãos podem mudar, diminuir de tamanho, depois de sua morte.

"Podemos fazer (as análises) usando animais vivos e rever os resultados muitas vezes", disse outro pesquisador que participou da pesquisa, Kasper Hansen.

Os cientistas dinamarqueses já produziram imagens parecidas de outros animais, incluindo sapos, crocodilos e tartarugas.

O estudo com as imagens da cobra píton foi apresentado na Reunião Anual da Sociedade de Biologia Experimental, em Praga.

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