PUBLICIDADE

CNA defende texto e diz não querer tirar proteção

Por Afra Balazina
Atualização:

 Assuero Doca Veronez, da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), defende o texto do projeto de lei e diz que “não há mais o que discutir”. Segundo ele, a CNA não defende a retirada de APPs. Mas quer a manutenção de atividades já existentes, desde que não seja em área de risco. 

PUBLICIDADE

“Não dá para generalizar que toda margem de rio seja área de risco”, diz ele, que lamentou os dados apresentados pelo Ministério Público Estadual. “O MP tomou partido contra a alteração do Código Florestal, é uma posição claramente assumida por eles (promotores), que muitas vezes não corresponde à verdade.” 

Veronez, que mora no Acre, avalia que a Amazônia está condenada à miséria se as pessoas continuarem a defender que os habitantes do bioma vivam do extrativismo e do manejo. “Essas atividades não dão sustentabilidade para o desenvolvimento econômico da região. Já que não se pode mais desmatar, temos de fazer a floresta virar fonte de renda. E toda a sociedade deveria pagar por isso.”

Bolsa-esmola. O governo anunciou que, a partir deste mês, 18.772 famílias começam a receber o Bolsa-Verde - R$ 300 por trimestre. Os beneficiados em geral estão em situação de extrema pobreza, recebem o Bolsa-Família e usam a floresta para explorar látex, castanhas, açaí e madeira. Para Veronez, a iniciativa é uma “bolsa-esmola”, que não melhora a qualidade de vida das famílias. Em sua opinião, o valor do benefício deveria ser, no mínimo, equivalente ao que renderia o hectare derrubado em que foi colocado pastagem. “Algo em torno de R$ 200 a R$ 300 por hectare por ano.” 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.