Fóssil revela escorpião marinho de 1,70 metro

Batizado de Pentecopterus decorahensis, animal viveu há 460 milhões de anos, bem antes do surgimento dos dinossauros

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Por Fabio de Castro
Atualização:

Cientistas descobriram, nos Estados Unidos, o fóssil de uma espécie até agora desconhecida de escorpião gigante marinho de 460 milhões de anos. O animal tinha 1,7 metro de comprimento e habitava os oceanos muito antes do aparecimento dos dinossauros sobre a Terra.

A equipe de pesquisadores, liderada por cientistas da Universidade Yale, descobriu o fóssil no Iowa, Estados Unidos. A descrição da nova espécie, batizada de Pentecopterus decorahensis, foi publicada hoje na revista científicaBMC Evolutionary Biology.

 

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Segundo os autores do estudo, o Pentecopterusé a espécie mais antiga conhecida entre os euriptéridos, uma ordem de artrópodes extintos típica do período Paleozóico (de 540 milhões a 250 milhões de anos atrás). Conhecidos como "escorpiões marinhos", os euriptéridos têm relação com os aracnídeos modernos.

O nome do Pentecopterus é derivado de penteconter, um tipo de navio de batalha da Grécia antiga. O parelelo com a embarcação remete ao formato do animal e ao seu comportamento predatório.

Segundo um dos autores, James Lamsdell, da Universidade Yale, a nova espécie tem formato "incrivelmente bizarro", com uma longa cabeça protegida por um escudo, um corpo achatado, grandes membros para capturar presas e um membro traseiro em forma de remo, usado para nadar e escavar.

"Talvez o mais surpreendente seja a maneira fantástica como ele está preservado. O exoesqueleto está comprimido em uma rocha, mas pode ser descascado e estudado no microscópio. O estudo mostrou uma quantidade inacreditável de detalhes, como padrões de pelos curtos nas pernas. Às vezes parece que você está estudando a pele descartada por um animal moderno. É uma oportunidade emocionante para qualquer paleontologista", disse Lamsdell.

A nova espécie foi reconstituída a partir de mais de 150 fragmentos fósseis, escavados na camada superior de uma camada de 27 metros de espessura de xisto argiloso, no interior de uma cratera parcialmente submersa pelo rio Iowa, no nordeste do estado.

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Algumas características do Pentecopterus reveladas pelo fóssil permitiram que os cientistas interpretassem as funções de algumas partes do seu corpo. Os membros traseiros incluem um "remo" com uma grande superfície e com juntas que parecem "travadas" para reduzir a flexibilidade. Isso sugere, segundo os cientistas, que o animal usava esse "remo" para nadar e para escavar.

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