Estudo com camundongos aponta tratamento para Síndrome de Down

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Por Redação
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Aumentar os níveis de uma substância mensageira no cérebro pode ajudar a evitar algumas das deficiências principais da Síndrome de Down ,que afetam o aprendizado e dificultam o desenvolvimento normal do cérebro, afirmaram pesquisadores norte-americanos na quarta-feira. Eles disseram que camundongos com uma versão da síndrome de Down que receberam injeções de drogas elevadoras dos níveis do neurotransmissor norepinefrina --usado pelas células nervosas para se comunicarem-- mostraram melhoras em sua capacidade de pensamento. A descoberta aponta para uma nova forma de tentar melhorar algumas deficiências vistas na Síndrome de Down, que afeta 5.000 recém-nascidos nos Estados Unidos todos os anos. "Se você intervier cedo o bastante, será capaz de ajudar crianças com Síndrome de Down a coletar e modelar informação", afirmou o Dr. Ahmad Salehi da Veterans Affairs Palo Alto Health Care System, cujo estudo foi publicado no Science Translational Medicine. "Teoricamente, isso pode levar a uma melhora nas funções cognitivas dessas crianças", disse Salehi, que trabalhou no estudo quando estava na Stanford University School of Medicine, de acordo com comunicado. A síndrome de Down ocorre quando uma pessoa possui uma cópia extra do cromossomo 21. No nascimento, a criança com síndrome de Down não possui atrasos no desenvolvimento, mas deficiências de memória ligados ao problema prejudicam o desenvolvimento cerebral. Salehi e seus colegas simularam isso em camundongos que tinham uma cópia extra do cromossomo 16, o que lhes dava disfunções mentais parecidas com as vistas na Síndrome de Down. No estudo, os pesquisadores descobriram que os camundongos com disfunções similares à Síndrome de Down tinham menos quantidade de norepinefrina no cérebro do que um rato normal. E esse problema parece ocorrer na parte do cérebro chamada cerúleo. Quando essa parte do cérebro apresenta problemas, os camundongos não conseguiam ter comportamento normal. Quando colocados em uma jaula nova, os camundongos geneticamente modificados não construíam ninhos, algo que os camundongos normais fazem. Mas dar a esses camundongos drogas que elevam o nível de norepinefrina pareceu ajudar. Em poucas horas após a medicação, os camundongos construíram ninhos compatíveis com os criados pelos camundongos normais. Salehi disse estar surpreso de ver a droga funcionar tão rápido, mas a equipe notou que os efeitos não duravam muito. Alguns medicamentos no mercado para desordens de hiperatividade com déficit de atenção e depressão tem a norepinefrina como alvo. Salehi diz esperar que a descoberta leve a novas pesquisas com essas drogas em pessoas com Síndrome de Down.

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