Estudo encontra evidência de água no verão em Marte
Achado pode influenciar os estudos sobre a possibilidade de presença de vida microbiótica no planeta vermelho
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Por Fabio de Castro
Atualização:
Atualizado às 21h19
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Cientistas da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, anunciaram nesta segunda-feira, 28, uma descoberta sem precedentes em Marte: a mais forte prova até hoje de que o planeta vermelho tem água salgada líquida correndo em sua superfície nos meses de verão.
Embora a fonte da água não seja ainda conhecida, a descoberta poderá influenciar os estudos sobre a possibilidade de presença de vida microbiótica no planeta mais parecido com a Terra no Sistema Solar. Os dados foram obtidos com a sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), que está na órbita do planeta desde 2006. A descoberta foi possível graças às novas técnicas desenvolvidas pelos pesquisadores da Nasa para analisar mapas químicos da superfície.
“Existe vida em Marte? As evidências supõem que isso é possível”, disse o cientista da Nasa John Grunsfield. “Nossos instrumentos tecnológicos hoje mostram um planeta muito mais complexo e dinâmico. Quando exploramos, fazemos descobertas. A partir disso podemos responder a perguntas como ‘de onde nós viemos, para onde nós vamos? Qual é o futuro da vida no planeta Terra?’”, declarou Grunsfeld.
Valas. Usando o espectrômetro da MRO, os cientistas estudaram misteriosas valas, descobertas em 2011, que desciam de encostas de montanhas marcianas. Essas valas pareciam escurecer e aumentar de tamanho durante as estações quentes - quando as temperaturas ficam acima dos 23°C negativos - e desapareciam nas estações frias.
Phoenix em Marte
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Sonda Phoenix descendo de pára-quedas ao solo de Marte
Sonda Phoenix descendo de pára-quedas ao solo de Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
Uma das primeiras fotos da superfície de Marte tirada pela sonda
Uma das primeiras fotos da superfície de Marte tirada pela sonda Foto: EFE/NASA/Handout
Equipe da Universidade do Arizona com um modelo da sonda Phoenix
Equipe da Universidade do Arizona com um modelo da sonda Phoenix Foto: Fred Prouser/Reuters
Uma das primeiras imagens coloridas tirada pela sonda ao chegar em Marte
Uma das primeiras imagens coloridas tirada pela sonda ao chegar em Marte Foto: REUTERS/NASA,JPL, Caltech, University of Arizona/Handout
Imagem do horizonte de Marte tirada pela sonda logo após aterrissagem
Imagem do horizonte de Marte tirada pela sonda logo após aterrissagem Foto: AP/NASA, JPL-Caltech, University of Arizona
Imagem artística da Nasa para o processo de aterrissagem da sonda em Marte
Imagem artística da Nasa para o processo de aterrissagem da sonda em Marte Foto: Efe/Nasa
Imagem artística da Nasa para o processo de entrada da sonda na atmosfera de Marte
Imagem artística da Nasa para o processo de entrada da sonda na atmosfera de Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
Réplica funcional da sonda usada para testes na Universidade do Arizona
Réplica funcional da sonda usada para testes na Universidade do Arizona Foto: John Miller/AP
Imagem tirada pela Phonix mostra parte da região do pólo norte de Marte
Imagem tirada pela Phonix mostra parte da região do pólo norte de Marte Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
Imagem tirada pela Phonix mostra parte o horizonte do pólo norte de Marte
Imagem tirada pela Phonix mostra parte o horizonte do pólo norte de Marte Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
Imagens combinadas para formarem uma imagem completa da vista de Marte do local de pouso da Phoenix
Imagens combinadas para formarem uma imagem completa da vista de Marte do local de pouso da Phoenix Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
DVD com saudações enviado com a Phoenix para Marte
DVD com saudações enviado com a Phoenix para Marte Foto: REUTERS/The Planetary Society/Handout
Imagem tirada da lateral da sonda Phoenix do solo de Marte
Imagem tirada da lateral da sonda Phoenix do solo de Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
Mosaico de Marte mostrando as informações já recebidas para o mapeamento do planeta
Mosaico de Marte mostrando as informações já recebidas para o mapeamento do planeta Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
Imagem colorida tirada pela Phoenix para o mapeamento do solo de Marte
Imagem colorida tirada pela Phoenix para o mapeamento do solo de Marte Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
Imagem mostra material que cientistas acreditam ser rocha ou gelo
Imagem mostra material que cientistas acreditam ser rocha ou gelo Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
Imagem mostra Phoenix movimentando material que pode ser rocha ou gelo
Imagem mostra Phoenix movimentando material que pode ser rocha ou gelo Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
Superfície lisa abaixo da Phoenix que pode ser gelo ou rocha
Superfície lisa abaixo da Phoenix que pode ser gelo ou rocha Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Max Planck Institute/Handout
Braço robótico da Phoenix recolhendo amostras de solo de Marte
Braço robótico da Phoenix recolhendo amostras de solo de Marte Foto: AP/Nasa/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University
No novo estudo, os cientistas detectaram nas valas a presença de sais hidratados - um tipo de substância que é capaz de retardar o congelamento da água, mantendo-a líquida mesmo em temperaturas abaixo de zero. Somada à estrutura das valas, a presença dos sais hidratados foi considerada pelos pesquisadores uma clara evidência de que as valas são produzidas por água corrente.
“Nossa busca em Marte tem se resumido a ‘seguir a água’, na nossa procura por vida no Universo. Agora, nós temos dados científicos convincentes que validam o que já suspeitávamos há muito tempo. É um desenvolvimento considerável confirmar que há água - ainda que salgada - fluindo na superfície de Marte”, declarou Grunsfeld.
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Evolução histórica. Os cientistas avaliam a evolução do planeta. “Se voltássemos 3 bilhões de anos, veríamos que Marte era um planeta muito diferente. Havia o que acreditamos ser um oceano enorme, que cobria dois terços de sua superfície. Mas algo aconteceu: Marte sofreu uma mudança climática e perdeu água. Hoje estamos revolucionando nosso conhecimento do planeta. As descobertas são apenas o início da compreensão de Marte”, afirmou o físico espacial da Nasa Jim Green.
De acordo com os cientistas da Nasa, novas missões deverão ser realizadas futuramente com o objetivo de identificar a possibilidade de vida no planeta. Segundo os estudiosos, ainda é necessário ter mais conhecimento do meio ambiente do planeta para se terem melhores parâmetros para elaborar as missões.