Genes da esquizofrenia protegem contra Alzheimer, diz estudo

Pesquisa analisou 6 mil amostras de DNA de pacientes com a demência; genes ofereceriam proteção contra tipo de Alzheimer mais grave

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Por Redação
Atualização:
Estudo abre caminho para ensaios clínicos Foto: Reuters

Os genes da esquizofrenia protegem contra a doença de Alzheimer com prognóstico mais grave, que é o que apresenta sintomas psicóticos, segundo um estudo internacional do qual participou a Fundação ACE (Barcelona Alzheimer Treatment & Research Center).

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O estudo foi liderado pela Universidade de Pittsburgh (EUA) e foi feito com a análise de seis mil amostras de DNA de pacientes de Alzheimer, das quais 1,2 mil foram fornecidas pela fundação de Barcelona.

O estudo, publicado na revista científica "Molecular Psychiatry", do grupo editorial "Nature Publishing Group", constata a existência de uma determinada combinação de genes ligados à esquizofrenia que protegem seu portador de sofrer do Alzheimer mais grave: o Alzheimer com psicose.

A pesquisa parte de uma tese prévia que demonstra que 61% dos fatores que produzem a psicose são genéticos e seu objetivo é identificar os mecanismos que agravam este tipo de demência.

Segundo um comunicado da Fundação ACE, as causas que explicariam esta descoberta ainda não são conclusivas, embora uma das teorias atribua a uma mudança de comportamento dos genes, em diferentes épocas da vida ou no contexto de doenças diferentes.

O Alzheimer com psicose é, neste momento, a demência com pior prognóstico, pois o desenvolvimento da doença é mais rápido, o transtorno de conduta se aguça, a expectativa de vida se reduz e a possibilidade de ter que internar o paciente é maior.

Esta variante, que afeta mais de 40% das pessoas com Alzheimer, foi objeto de estudo em várias ocasiões por parte dos cientistas a fim de averiguar qual é o mecanismo que produz a ferocidade deste tipo de demência.

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Tradicionalmente, acreditava-se que o portador dos genes de Alzheimer era também portador de alguns genes de psicose, uma teoria que parece estar descartada a partir dos estudos genéticos, segundo a fundação.

Com os resultados desta pesquisa, abre-se agora uma nova oportunidade para realizar ensaios clínicos que apontem nesta mesma direção para reconsiderar o efeito dos antipsicóticos no tratamento desta variante do Alzheimer.

Os cientistas têm o propósito de ampliar este estudo em um futuro com a análise de um maior número de mostras. /EFE

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