Líbano devia ser modelo para Oriente Médio, diz papa ao visitar país

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Por PHILI
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O papa Bento 16 fez neste sábado um chamado ao Líbano, país com população de várias crenças religiosas, para que seja um modelo de paz e coexistência religiosa no Oriente Médio, que ele definiu como uma região turbulenta que "parece suportar intermináveis dores do parto". No segundo dia de uma visita ofuscada pela guerra na vizinha Síria e protestos no mundo muçulmano, o papa disse em um encontro de líderes políticos, culturais e religiosos do Líbano que a liberdade religiosa é um direito básico de todas as pessoas. A Cristandade e o Islã coexistiram por séculos no Líbano, disse ele, algumas vezes dentro de uma mesma família. "Se isso é possível dentro de uma família, por que não deveria ser possível ao nível de toda a sociedade?", perguntou. "O Líbano é convocado agora mais do que nunca a ser um exemplo", afirmou, convidando as pessoas a "testemunhar com coragem, oportuna e inoportunamente, onde quer que se encontrem, que Deus quer a paz, que Deus confiou a paz em a nós". Dilacerado por uma guerra civil sectária entre 1975 e 1990, o Líbano é um mosaico religioso de 4 milhões de pessoas, cuja maioria é muçulmana e inclui sunitas, xiitas e alauítas. Os cristãos, cerca de um terço da população, estão divididos em mais de uma dezenas de igrejas, seis delas ligadas ao Vaticano. O pontífice alemão, de 85 anos, discursou em francês no palácio presidencial depois de reunir-se com o presidente Michel Suleiman, cristão maronita, o primeiro-ministro Najib Mikati, sunita, e o presidente do Parlamento, Nabih Berri, xiita. Diante do palácio, o muçulmano Amira Chabchoul, que acompanhava a visita, disse: "Viemos para dar apoio ao papa e também obter apoio dele, porque nossa experiência tem sido a de que quando o ouvimos, somos tocados e ajudados em nossas vidas". Na sexta-feira, centenas de pessoas protestaram em Trípoli, cidade do Líbano, contra um filme anti-islâmico e entraram em choque com as forças de segurança. Um manifestante foi morto e outro, ferido. A multidão gritava slogans como "Nós não queremos o papa" e "Chega de insultos (ao Islã)".

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