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Marcha pela Ciência reúne cerca de mil pessoas na Avenida Paulista

Pela terceira vez no ano, pesquisadores e estudantes protestaram contra os cortes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações, que deve receber em 2017 apenas 20% do necessário para fechar as contas do ano

Por Giovana Girardi
Atualização:
Correção:

Cerca de mil pesquisadores e estudantes se reuniram neste domingo, 8, na Avenida Paulista, região Central de São Paulo, para a 3ª Marcha pela Ciência. Eles pediam pelo fim dos cortes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações, que deve receber em 2017 apenas 20% do necessário para fechar as contas do ano, conforme mostrou reportagem do Estado. Com isso, há a ameaça de que alguns institutos tenham de fechar as portas no ano que vem.

Cerca de mil pesquisadores e estudantes se reuniram neste domingo, 8, na Avenida Paulista, região Central de São Paulo, para a 3ª Marcha pela Ciência. Foto: Giovana Girardi

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"Não estamos lutando por melhores salário, estamos lutando para poder trabalhar, para fazer ciência. Estamos lutando pelo Brasil", afirmou ao Estado durante a manifestação Helena Nader, ex-presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC).

A manifestação, convocada Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), juntamente com a SBPC e a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), reuniu professores, estudantes e simpatizantes de instituições como USP, Unicamp, Unesp, Instituto de Pesquisas Tecnológicas e PUC-SP, que partiram do Masp e marcharam por cerca de 1h40 pela avenida.

A manifestação reuniu professores, estudantes e simpatizantes das principais universidades e instituições de pesquisas com sedes na capital paulista. Foto: Giovana Girardi

Com gritos de guerra como "sem ciência não tem futuro" e "1, 2, 3, 4, 5 mil, se corta a ciência não avança o Brasil", os manifestantes lembraram que sem ciência não há remédios - como viagra -, nem vacinas, e a agricultura não teria como avançar. Afirmaram que os cortes vão na contra-mão do que ocorre nos países desenvolvidos e também nos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

Em frente ao escritório da Presidência da República, entoaram "Fora Temer" e lembraram ao presidente da carta enviada a ele por 23 prêmios Nobel. O documento, enviado no final de setembro, alertou o presidente de que os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia "comprometem seriamente o futuro do Brasil" e precisam ser revistos "antes que seja tarde demais".

Esta é a terceira vez que cientistas vão às ruas neste ano para pedir que parem os cortes no setor, mas pela primeira vez reuniu tantas pessoas. Foto: Giovana Girardi

Esta é a terceira vez que cientistas vão às ruas neste ano para pedir que parem os cortes no setor, mas pela primeira vez reuniu tantas pessoas. A chuva que estava prevista para esta tarde não ocorreu, e o público animado se misturou aos paulistanos já acostumados a tomarem a Paulista aos domingos.

Acompanhamos a marcha ao vivo, veja a seguir alguns trechos:

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Correções

A reportagem incorretamente deixou de informar que a convocação da marcha foi feita pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). O texto foi corrigido.

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