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Menos brasileiros migraram e mais voltaram a seus Estados

Sudeste, que no passado exercia atração mais intensa sobre migrantes, reduziu volume de imigrantes e emigrantes

Por Luciana Nunes Leal , Wilson Tosta e do Rio
Atualização:

 Os brasileiros migraram menos e voltaram mais a seus Estados de origem no período 2005/2010 na comparação com 1995/2000, constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2010. Técnicos do órgão verificaram que, no primeiro quinquênio pesquisado, 5.196.093 pessoas mudaram de Estado, contra 5.018.898 no segundo - uma queda que ficou ainda maior na conta por mil brasileiros, na qual houve redução de 30,6 para 26,3 pessoas por mil emigrantes. A Região Sudeste, que no passado exercia atração mais intensa sobre migrantes de áreas mais pobres do País - por exemplo, moradores do Nordeste e do Norte - seguiu, segundo a pesquisa, trajetória anterior de redução no volume de imigrantes (que saem dos Estados) e de imigrantes (que entram neles). Em números absolutos, São Paulo foi o Estado que apresentou, em 2005/2010, maior saldo migratório (imigrantes menos emigrantes)em todo o Pais. Recebeu 1.093.853 pessoas, mas "exportou" 788.411 - a diferença foi de 305.441. O saldo foi menor do que o do quinquênio 1995/2000, quando vieram para São Paulo 1.223.811 e saíram 883.885 - o indicador no primeiro período ficou em 339.926. Em termos relativos, porém, o Estado que apresentou o maior aumento no saldo migratório foi Santa Catarina. Em 2005/2010, esse índice ficou em 174.112 (317.730 imigrantes menos 143.618 emigrantes), um aumento de 190% sobre o saldo de 59.986 de 1995/2000. Só a imigração cresceu 59,1% de um período para o outro. Em termos absolutos, o segundo maior saldo migratório detectado pelo Censo 2010 foi de 213.915, em Goiás - aumento de 5,47% em relação a 1995/2000. Doze Estados apresentaram, no segundo quinquênio pesquisado, saldo migratório negativo - na conta imigrantes menos emigrantes, mais gente mudou-se deles do que foi morar neles. O recorde ficou com a Bahia, com menos 244.539 pessoas nesse cálculo. Foi a repetição de uma liderança que já ocorrera em 1995/2000, quando esse indicador estava negativo em 267.465. Ou seja, mesmo ruim, o índice caiu 3,57%  em 2010. Os demais Estados que perderam mais gente do que receberam no período 2005/2010 foram Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

O Censo 2010 também registrou 268.468 imigrantes internacionais - 86,7% mais do que o assinalado pelo Censo 2000, que encontrou 143.644. Dois terços (65,1%) dos retornados em 2010 (os números referem-se a indivíduos que viviam no Brasil na data da pesquisa, mas residiam no estrangeiro no período de até cinco anos antes) eram brasileiros que voltaram ao País. Ao todo, eram 174.597 pessoas, 98,6% a mais que os 87.886 retornados do exterior no Censo anterior. Os principais países de origem dos retornados da pesquisa de 2010 foram EUA, Japão, Paraguai, Portugal e Bolívia. Na década anterior, eram, pela ordem, Paraguai, Japão, EUA, Argentina e Bolívia.

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