Aos 23 anos, Durval abriu as portas de seu automóvel, um Volks TL de 1970, para a venda de seus primeiros chapéus. Hoje, aos 30, tem uma loja na Zona Oeste da capital paulista e vende também pela internet. "Não utilizo o Facebook para vender, mas para tornar o meu trabalho conhecido. E, em conseqüência, vendo", explica.
A internet pode ser usada com diferentes propósitos, o que para a especialista em novas tecnologias Daniela Oswald Ramos possibilitou um mundo novo de consumidores. "As redes sociais são espaços que permitem o diálogo e o compartilhamento entre as pessoas que possuem interesses comuns. Isto facilita o mapeamento de públicos", diz Daniela.
Do ponto de vista comercial, o publicitário especialista em marketing Carlos Eduardo Santos da Silva faz um alerta quanto ao uso das redes sociais: "Ferramentas não são boas nem ruins. Bom ou ruim é o uso que se faz delas. As redes sociais compreendem informação em duas mãos. Ou seja: deve-se estar preparado para ouvir e não só para falar."
E, para se mapear o público alvo deste novo espaço, servem de base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que informam: até 2009, cerca de 53,3 milhões de brasileiros possuíam acesso à internet em casa e 75,9 milhões já tinham acesso à rede no trabalho, lan house e outros meios.
Já pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação em setembro e dezembro de 2010 apontam que 63% das empresas brasileiras com mais de 10 funcionários estão presentes na internet por meio de um site ou página de terceiros.
As redes sociais chamam a atenção dos internautas, como por exemplo, o Facebook, que, até julho de 2011, contabilizava mais de 800 milhões de usuários - segundo a própria empresa.
Durval vê a rede como meio para promover o diálogo entre os consumidores de seus produtos, visando à qualidade e não a quantidade. "Tenho 2.500 amigos no Facebook. Desse total, aproximadamente 400 são estrangeiros. E o mais legal é que muita gente que procura não está no meu Facebook, mas são amigos de amigos", explica.
A exemplo de Durval, o biólogo Christhian Sangalli viu nas vendas pela internet uma alternativa de trabalho. "Há um ano divulgo os produtos pelo Orkut e pelo Facebook. Isso ajuda um pouco, pois as vendas cresceram cerca de 15%. Acredito que seja pela possibilidade de ver os produtos e poder tirar dúvidas sem sair de casa", afirma Sangalli, que escolheu o empreendedorismo como resposta à baixa oferta de trabalho com carteira assinada.