Papa visita símbolos israelenses e muçulmanos no fim de viagem ao Oriente Médio

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Por CRIS
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O papa Francisco navegou pelas águas turbulentas do conflito entre israelenses e palestinos e humildemente se curvou para beijar a mão de sobreviventes do Holocausto nesta segunda-feira, o último dia de uma viagem ao Oriente Médio marcada por ousados gestos pessoais. “Nunca mais, Deus. Nunca mais!", ele disse no Salão das Lembranças do Museu de Yad Vashem, que serve como homenagem aos seis milhões de judeus mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Quarto papa a visitar Israel, Francisco foi o primeiro a colocar uma coroa de flores na sepultura de Theodor Herzl, visto como o fundador do sionismo moderno que levou à fundação de Israel. A pedido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ele também fez uma parada não anunciada ao “Memorial às Vítimas do Terror” de Israel, um dia após inesperadamente rezar diante de um muro israelense que é motivo de críticas dos palestinos. “Eu rezo para todas as vítimas do terrorismo. Por favor, chega de terrorismo”, disse ele suavemente no memorial, onde estão gravados os nomes de civis israelenses mortos principalmente nos ataques de militantes palestinos. Netanyahu, ao seu lado, agradeceu pelas palavras. “Nós não ensinamos nossas crianças a usar bombas. Nós ensinamos a paz a elas, mas tivemos que erguer uma parede para aqueles que ensinam no outro lado”, disse ele, acusando os palestinos de provocar a violência. Israel diz que seu muro na Cisjordânia ocupada foi construído para garantir sua segurança após uma onda de atentados suicidas palestinos há uma década. Já os palestinos veem o muro como uma tentativa de Israel de tomar as terras que buscam para constituir seu futuro Estado. O dia repleto de encontros políticos e religiosos começou no Domo da Rocha, onde o papa tirou os sapatos e entrou no templo de Jerusalém de onde, de acordo com a tradição muçulmana, o profeta Maomé subiu para o céu. Depois, Francisco foi rezar no Muro das Lamentações, um dos santuários mais reverenciados pelos judeus e a única parte que restou de seu sagrado Segundo Templo, destruído pelos romanos em 70 d. C. Ali, o papa, um rabino e um líder muçulmano - ambos amigos argentinos que o papa convidou para fazerem a viagem com ele - se abraçaram em um sinal de diálogo interreligioso que Francisco está convencido pode ser um fator catalisador para a região.

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