Quando o mar vira caso de amor

Aficionados pelos cruzeiros contam por que essas viagens são tão especiais

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Por Josi Vicentin
Atualização:

Enquanto há quem tenha calafrios de pensar no confinamento em um transatlântico, muitos outros relacionam a experiência a puro prazer. Inclusive, alguns gostam tanto da experiência que não param de repetir a dose.

 

 

As razões? Conhecer diversas praias em uma única viagem, desfrutar do conforto dos enormes resorts flutuantes, jogar em cassinos e navegar apenas com solteiros são alguns dos ímãs que atraem esses turistas marinheiros.

 

 

O publicitário José Mario Velasco, de 56 anos, herdou do pai a paixão pelos cruzeiros. Ele já fez tantos que perdeu a conta. "Acho que foram mais de 30, só no ano passado fiz três", afirma. No momento, já está preparando a próxima viagem marítima para o Nordeste.

 

 

Como frequenta os cruzeiros há tempos, fala com nostalgia da época em que a costa nacional era explorada apenas por navios brasileiros, como o Rosa da Fonseca e Anna Nery, da Companhia Nacional Costeira de Navegação. "Os navios eram mais simples, hoje temos embarcações luxuosas", comenta o conhecedor de pelo menos dez transatlânticos.

 

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Por outro lado, ele presenciou a mudança de perfil dos hóspedes: a maioria deixou o smoking de lado para portar trajes mais descontraídos. "As facilidades de pagamento trouxeram outro público. Hoje, os cruzeiros são mais baratos."

Na próxima viagem, ele leva um hóspede especial: seu neto Matheus, de 5 anos. "Essa vai ser sua primeira viagem", empolga-se o avô. "Ele representa a quarta geração da família que frequenta navios."

 

Natal no mar. A estudante Paula Mancini Maluf, de 25, é outra habituée dos navios. Desde pequena, é neles que costuma passar o Natal em família. "Gostamos porque é prático não ter de pensar na ceia. Está tudo pronto."

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Além disso, todos se divertem. O pai dela gosta dos cassinos, enquanto a mãe assiste a shows. Já a avó repõe as energias na jacuzzi e a irmã não perde as aulas de dança. Ela mesma adora passar as noites nas baladas. "Ninguém fica triste."

 

 

No próximo Natal não será diferente. A família já tem pacote comprado e destino certo: Buenos Aires. Paula não vê a hora de encontrar os amigos conquistados em temporadas passadas. "Nosso ponto de encontro é o navio."

 

 

Não bastasse a viagem natalina com a família, Paula também costuma embarcar no carnaval, sempre para Salvador. O preço é o principal atrativo: ela garante que o navio custa menos do que o conjunto de hotel e passagem aérea.

 

 

A paixão é tanta que ela nem costuma passear pelas cidades onde os transatlânticos atracam. Prefere permanecer a bordo e aproveitar a piscina - mais tranquila com os outros hóspedes nos pontos turísticos.

 

 

"Como já conheço quase todas as paradas, volto aos cruzeiros mesmo pelas atrações dos navios. Sou fã."

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