Reitor da Estadual de GO sai após denúncias

Demissão foi aceita pelo governador, que já indicou substituto; saída era pedida pelo Ministério Público, que aponta irregularidades

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Por Paulo Saldaña
Atualização:

 Depois de ter o afastamento solicitado pelo Ministério Público por causa de supostas irregularidades, o reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Luiz Antônio Arantes, pediu demissão do cargo. A principal denúncia é de um convênio de R$ 10 milhões firmado com uma fundação.

A carta de demissão foi encaminhada por Arantes na sexta-feira, depois de conversas com o governo. O ato poupou o governador Marconi Perillo (PSDB), a quem cabia a decisão de afastar o reitor, do desgaste de intervir novamente na autonomia universitária. Perillo já criara cargos e nomeara pró-reitores em 2011, além de instituir o regimento da UEG - ações criticadas por funcionários e estudantes. Na carta, Arantes afirma que pediu exoneração para disputar as eleições municipais e não cita as investigações em curso na universidade. O Estado tentou contato com o ex-reitor, mas ele não atendeu o telefone. O governador nomeou o professor Haroldo Reimer para a reitoria. Com a escolha, Perillo rejeitou o nome proposto pelos diretores das unidades, o de Gilberto Celestino. Investigação. A troca do reitor era pedida pelo Ministério Público como forma de facilitar o aprofundamento das investigações na universidade. A UEG enfrenta graves problemas de infraestrutura e falta de verbas desde 1999, quando foi criada. As denúncias são antigas, mas em 2011 a Controladoria do Estado apontou várias irregularidades. Com base nesses dados e em outras auditorias, o MP encaminhou em novembro representação contra o reitor, elencando 19 denúncias de má-fé e má gestão. A mais grave trata de um convênio supostamente ilegal formalizado para a realização de um projeto de software livre com a Fundação Universitária do Cerrado (Funcer). O valor de R$ 10 milhões foi transferido no apagar das luzes de 2010, às 21 horas do dia 30 de dezembro. A Funcer, sob intervenção do MP desde 2003 por outras denúncias, é presidida por Adair Meira, da Fundação Pró-Cerrado. A ONG tem contratos suspeitos com o Ministério do Trabalho. Meira foi pivô do escândalo que valeu o cargo do então ministro Carlos Lupi (PDT). Um voo que Lupi fez a bordo do avião de Meira desmentiu a versão do ministro de que ele não conhecia o empresário.

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