Vaticano convida a todos para beatificação de João Paulo II

Após beatificação, a Igreja terá que atestar mais um milagre para que João Paulo II possa ser canonizado

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Por PHILI
Atualização:

O Vaticano exortou os fiéis na terça-feira a não deixar que notícias sobre multidões enormes ou hoteleiros sem escrúpulos os impeçam de vir a Roma para a beatificação do falecido papa João Paulo II, em 1º de maio. "Convido todos a virem a Roma. Roma está pronta. Não hesitem em vir ou em convidar outras pessoas", disse o padre Caesar Atuire. O Vaticano já começou a contagem regressiva para o que será o maior evento na capital italiana desde a morte do papa carismático e popular, em 2005, quando milhões de pessoas vieram para o velório e funeral de João Paulo II. O Vaticano prevê a chegada a Roma de pelo menos 300 mil pessoas - dezenas de milhares das quais da Polônia, o país de origem de João Paulo II - para os três dias de eventos nos quais o papa falecido será beatificado, o último estágio antes de sua canonização. O Vaticano já avisou os fiéis a precaver-se contra falsários, especialmente na Internet, que estão vendendo ingressos para a cerimônia de beatificação. Não serão necessários ingressos para nenhuma das cerimônias. A estrela dos eventos em Roma será a freira francesa Marie Simon-Pierre, 49 anos, que teria sido curada milagrosamente do mal de Parkinson meses após a morte de João Paulo II, depois de ela e outras freiras terem orado para ele. Autoridades do Vaticano disseram em coletiva de imprensa que estipularam com a associação de hoteleiros de Roma um "pacto ético" pelo qual os membros da associação prometeram não elevar os preços das diárias de hotel durante os eventos, quando se prevê que haverá falta de vagas. As autoridades disseram que a segurança da multidão será feita pela polícia e centenas de voluntários. Telões serão dispostos em vários pontos de Roma, sendo que haverá 14 apenas na Via della Conciliazione, a avenida que vai do rio Tibre à praça São Pedro. Três dias de eventos Os três dias de eventos começam na noite de 30 de abril, quando uma vigília de orações prevista para atrair várias centenas de milhares de pessoas será realizada no Circus Maximus de Roma, onde os romanos da antiguidade promoviam corridas de cavalo e bigas. Vários dos colaboradores mais estreitos de João Paulo II vão discursar para a multidão, incluindo seu secretário de longa data, o cardeal Stanislaw Dziwisz, e seu porta-voz, Joaquin Navarro-Valls. O féretro de madeira de João Paulo II será exumado do local que ocupa atualmente, nas criptas subterrâneas da Basílica de São Pedro. Após a missa de beatificação na praça São Pedro, em 1º de maio, o féretro será coberto com um tecido branco e colocado diante do altar-mor da Basílica de São Pedro, onde permanecerá para ser visto e venerado por tempo indeterminado até que todos os que queiram vê-lo possam fazê-lo. O papa Bento XVI vai presidir a missa de beatificação em 1º de maio, e seu secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, fará a Missa de Ação de Graças na praça, no dia seguinte. Para que uma pessoa que já morreu seja beatificada, é preciso que a Igreja ateste que ela intercedeu junto a Deus para fazer um milagre de outro modo inexplicável pela medicina. Para que João Paulo II possa ser canonizado, a Igreja terá que atestar a ocorrência de um segundo milagre após a beatificação. No funeral de João Paulo II, em 8 de abril de 2005, as multidões gritaram "Santo subito!," pedindo que ele fosse canonizado imediatamente.

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